Alicia Muller deixando delegacia após depoimento – Foto: Wanderley Preite Sobrinho/UOL

A Polícia Civil de São Paulo pediu à Justiça a prisão preventiva de Alicia Dudy Muller Veiga, estudante de medicina da Universidade de São Paulo (USP) investigada por roubar R$ 937 mil que seriam usados para a festa de formatura da sua turma. Os motivos que levaram a investigação a pedir a prisão de Alicia não foram esclarecidos. Ainda não há uma decisão a respeito.

Em nota, o Ministério Público comunicou que vai analisar as informações apresentadas pela polícia para “firmar a sua convicção a respeito dos fatos, o que poderá ensejar o oferecimento de denúncia” ou investigações complementares.

Se o MP oferecer denúncia contra Alícia, ela passaria a ser acusada. A acusação seguiria então para a Justiça, que poderá tornar a estudante ré no processo. O Tribunal de Justiça ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Nesta segunda-feira (30), a estudante foi indiciada nove vezes por ter cometido o crime de apropriação indébita e concurso material. Na última semana, investigadores apreenderam aparelhos eletrônicos, um carro alugado pela jovem e um caderno com anotações relativas ao crime, que teriam sido feitas por ela. Em suas próprias palavas, Alicia afirmou estar com “sentimento de culpa só aumentando”. “Fui tão estratégica para chegar até esse dinheiro. Como não fui estratégica para usar sem me prejudicar ou prejudicar outros?”, escreveu a jovem.

Alicia Dudy Muller Veiga foi ouvida pela polícia no dia 19 de janeiro em São Paulo. Ela confirmou que desviou os valores que seriam usados para a festa de formatura por entender que os recursos não estavam sendo bem administrados pela empresa contratada, mas fez “aplicações ruins” e acabou perdendo dinheiro.

Ela disse que, “no desespero”, tentou recuperar o montante fazendo apostas em uma lotérica, e também admitiu que usou em benefício próprio uma parte da quantia para pagar despesas pessoais, como aluguel de carro, apartamento e compra de eletrônicos. A estudante afirmou ter agido sozinha.

Ainda durante o interrogatório, a estudante assumiu à polícia que a história que contou aos colegas da comissão de que teria investido o dinheiro da formatura em um fundo e sofrido um golpe era mentira.