Jean Wyllys – Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) disse que perdeu o cargo que lhe seria dado na Secretaria Especial de Comunicação da Presidência (Secom) por “homofobia”, o que acabou sendo um “livramento”. “A homofobia contra mim sabotou minha ida para o governo (um livramento ao final!)”, escreveu nas redes sociais nesta quarta-feira, 27.

Ele compartilhou uma publicação do ex-deputado estadual Arthur do Val, comentando que ele “falou a verdade por não saber escrever a mentira que pretendia contar”.

Jornalista de formação, o ex-parlamentar estava na Espanha por causa de ameaças que sofreu durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele retornou ao Brasil e foi acolhido pela primeira-dama, Janja Lula da Silva. Wyllys assumiria um cargo na comunicação oficial da Presidência, a Secom, coordenada pelo ministro Paulo Pimenta.

No entanto, poucos dias depois do seu retorno ao País, o ex-deputado protagonizou uma discussão com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), nas redes sociais, o que colocou a sua nomeação em xeque.

Dias depois do governo Lula encerrar o modelo de gestão cívico-militar das escolas, Leite afirmou que o manteria nos estabelecimentos de ensino do seu Estado.

Wyllys rebateu o governador. “Que governadores héteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay…? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então… Tá feio, ‘bee’ (gíria para homem homossexual)”, escreveu o ex-deputado.

O tucano chamou a manifestação de Wyllys de “deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções” e disse lamentar “a ignorância” do ex-parlamentar. Além disso, Leite levou o caso ao Ministério Público (MP), que conseguiu na Justiça uma ordem para que Wyllys apagasse a publicação.

No dia 15 de setembro, o MP gaúcho ingressou com uma ação criminal contra o ex-deputado, pedindo a condenação dele por injúria, cuja pena é de um a seis meses de detenção. Em regra, esse tipo de crime exige que a vítima entre com a ação por conta própria, mas, de acordo com o MP, o caso de Leite foi abraçado pelo órgão por se tratar de um funcionário público no exercício das funções.

Como mostrou o Estadão, Wyllys tem sido alvo frequente de “fogo amigo” nas redes sociais por parte da militância petista. Além do ex-deputado, outros apoiadores do atual presidente têm reclamado dos ataques virtuais sofridos por correligionários diante de críticas feitas às ações do governo.

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