COLUNA VINHO E GASTRONOMIA – RODRIGO LIMA

A primavera e seus vinhos!

Em Natal não temos as estações climáticas do ano bem definidas, porém a chegada da primavera se anuncia com a florada dos Ipês e outras espécies. Por aqui temos dias mais quentes e noites ainda frescas, pouca chuva e os dias no litoral já fazem parte da programação das famílias. O clima em geral é mais agradável que o do verão, fazendo da primavera o momento ideal para pratos mais leves que pedem vinhos específicos.

A meia-estação é perfeita para apreciarmos vinhos que muitos pensam que só valem para o verão ou inverno, vou explicar como: desfrutar um dia de sol com um branco ou rosé é perfeito, na praia ou piscina; bem como um bom tinto, nas noites ainda amenas, apreciando o estilo de vinho preferido do brasileiro.

Os vinhos Rosés são a primeira opção que vem na cabeça de muitos quando as flores aparecem. E não é para menos! Uma taça de rosé bem geladinho combina com a estação e suas receitas mais leves que levam camarão, frutos do mar, carne branca em geral e uma variedade de legumes, assados ou cozidos.

Muito associados com o verão, o vinho branco é a cara da meia-estação. Estamos falando de uma bebida leve e aromática, ou seja, um vinho para o clima tropical, para aperitivos com queijos, frutos do mar, ou mesmo para um belo papo com amigos em uma varanda de frente para o mar.

Se você é daqueles que não dispensa um bom vinho tinto, aqui trazemos uma opinião: ele é um vinho para o ano todo! Mas na primavera há uma procura maior por uvas mais leves como Merlot, Pinot Noir, Garnacha, etc, vinhos mais macios e fáceis de beber. A ideia é que seja uma experiência que não pese no dia seguinte!

Vinho da Semana

Berne Esprit Di Mediterranee IGP 2019 – Foto: Reprodução

Notas de Prova: O espírito do Mediterrâneo não é algo difícil de decifrar, duas palavras bastam: carpe diem. E é exatamente essa a sensação que este rosé cheio de frescor consegue proporcionar, possui notas olfativas de morangos e framboesas frescas, aliados a uma excelente acidez, boa persistência e leveza, um vinho para beber apreciando o por do sol, na praia ou piscina. Feitos com as uvas: Cinsault, Grenache, Carignan, Cabernet Sauvignon. Chateau de Berne – Mediterraneé – França. Importado pela Grand Cru.

Decantação

Uma das funções do decanter é evitar que os sólidos continuem em contato com o vinho, depois de aberta a garrafa. Deixar ir para a taça os sólidos não é prejudicial à saúde, inclusive o gosto desses sedimentos costuma ser bastante neutro. A tendência atual é que os vinhos sejam cada vez menos filtrados e clarificados, o que indica que os sedimentos estarão mais presentes. Saber decantar corretamente, e deixar os sólidos na garrafa, torna-se ainda mais importante, uma vez que o equilíbrio entre a oxidação e a redução é o que traz harmonia ao vinho.

Além de evitar que os sólidos fiquem em contato com o vinho, o decanter é capaz de permitir a aeração ao deixar o vinho em contato com o oxigênio e possibilitar a liberação dos compostos aromáticos, por meio da evaporação, isso também pode ser conseguido ao colocar o vinho na taça, porém no decanter tudo ocorre de forma mais acelerada, devido à maior superfície de contato do líquido com o ar.

Um ponto muito interessante da evaporação é a eliminação com facilidade de alguns aromas da redução do vinho, como exemplo: ovo podre e palito de fósforo, pois muitos desses compostos que são enxofrados possuem baixo ponto de ebulição e rapidamente se dissipam. Isso explica por que, algumas vezes, abrimos um vinho que possui esse caráter reduzido e depois de uma agitação na própria taça, esses aromas já não existem mais, predominando outras notas aromáticas muito mais interessantes.