Equipe brasileira de Sideral em Cannes – Matteus Cardoso (ator), Mariana Hardi (produtora executiva), Carlos Segundo (diretor e roteirista) e Pedro Fiuza (produtor) – Foto: Divulgação

Considerado um dos mais importantes eventos do cinema mundial, o Festival de Cannes vai muito além de uma janela para exibição de obras inéditas. O circuito também é um palco para encontro de coprodutores e distribuidores de filmes. Este é o caso do curta-metragem Sideral, do diretor Carlos Segundo, que tem participado de conversas com programadores, curadores e distribuidores, para oxigenar o audiovisual do Rio Grande do Norte (RN).

“A gente vem de um lugar que está efervescendo de ideias, uma geração de diretores e atores incríveis que têm muito a fazer e mostrar. Por isso, o fato de estarmos aqui é realmente uma munição de argumentos para buscarmos mais. Não queremos retroceder”, afirmou o ator Matteus Cardoso, assistente de produção do filme, que é um do representantes do filme no festival, na França.

Professor titular no curso de Audiovisual da UFRN, ‘Sideral’, é a quinta obra de Carlos Segundo, como diretor. Os cenários escolhidos foram as cidades de Natal, Ceará-Mirim e Parnamirim, na região metropolitana do estado. A ficção se desenvolve no futuro, em torno do histórico dia do lançamento do primeiro foguete tripulado brasileiro na Base Aérea de Natal e como isso afeta a vida de Marcela, Marcos e seus dois filhos.

“O filme transita entre os campos poético e realista, convergindo elementos técnicos e estéticos de uma forma muito singular. É uma obra que só poderia ter sido realizada aqui no Rio Grande do Norte”, destaca o diretor.

O curta-metragem é uma coprodução internacional entre as empresas brasileiras Casa da Praia Filmes e O Sopro do Tempo e a francesa Les Valseurs, refazendo uma parceria de outro trabalho dirigido por Carlos Segundo, o longa Fendas, lançado em 2019 no FID Marseille, com previsão de estreia comercial na França no final de julho de 2021.

Com produção brasileira de Mariana Hardi e Pedro Fiuza, a produção genuinamente natalense estrelada por Priscilla Vilela e Enio Cavalcante conta com equipe e elenco de profissionais potiguares. O filme foi parcialmente financiado pela Lei Aldir Blanc.

“Esse acontecimento vêm pra dizer, não apenas da nossa capacidade e qualidade, mas pra dizer que quando há investimento, há bons resultados. Cinema não se faz sem investimento público” ressalta Matteus.

ENTRANTES

Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), em relação aos investimentos em produção, atualmente, 2,1 mil projetos audiovisuais estão em execução no mercado brasileiro, representando R$ 2,2 bilhões em recursos públicos.