Foto: Cedida

O uso do transporte público em Natal tem se tornado uma batalha diária para muitos cadeirantes que dependem desses serviços para se locomover pela cidade. Gabriel Costa, estudante universitário e cadeirante, relata as dificuldades enfrentadas ao utilizar os ônibus na capital potiguar. A situação se agrava devido à ausência ou mau funcionamento dos elevadores nos veículos, privando muitos indivíduos com deficiência de seu direito de ir e vir.

Gabriel, morador da Redinha, na Zona Norte de Natal, aponta que a falta de acessibilidade nos ônibus é um problema generalizado em Natal. Ele destaca que a situação não afeta apenas a sua região, mas toda a cidade. “É como se a gente fosse punido só por existir, por ser pessoa com deficiência, por morar numa região mais afastada, periférica”, afirma Gabriel.

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O estudante destaca que cerca de 27% da população do Rio Grande do Norte é composta por pessoas com deficiência, e a falta de acessibilidade nos ônibus representa uma negação constante de direitos para essa parcela da sociedade. Ele ressalta, ainda, que a pandemia agravou a situação, com a redução da frota e o corte de linhas, prejudicando ainda mais o deslocamento dos cadeirantes.

“Alguns ônibus não têm elevador, então se o que passar não tiver, eu espero o próximo. Se tem, mas está quebrado, eu espero o próximo. Se a empresa não dá o treinamento adequado ao motorista e ele não souber operar o equipamento (o que já aconteceu), eu espero o próximo. E assim a minha existência vai sendo negada todos os dias. Minha e de muitos outros, já que o número de pessoas com alguma deficiência chega a 27% no Estado. Imagine quase um terço da população sofrendo diariamente”, diz Gabriel.

Em relação às medidas tomadas, Gabriel menciona a mobilização realizada na mídia e com estudantes de jornalismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que estão produzindo um documentário sobre as dificuldades enfrentadas pelos cadeirantes no transporte público. Além disso, a TV Universitária (TVU) está preparando reportagens sobre o assunto.

Sobre a possibilidade de uma ação judicial, Gabriel ainda não formalizou nenhuma denúncia. No entanto, ele destaca a importância de pressionar as autoridades competentes e lutar em todas as frentes para buscar soluções efetivas para o problema.

“Cada vez mais vejo que é isso, só falar não resolve, só pressionando mesmo, lutando em todas as frentes que a gente consegue alguma coisa”, destaca Gabriel.

Em resposta às reclamações dos usuários, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município de Natal (SETURN) informou, por meio de nota, que “todos os ônibus possuem elevador em pleno funcionamento e são revisados regularmente. Além disso, os motoristas são treinados, orientados e fiscalizados quanto ao cumprimento da utilização dos elevadores e da acessibilidade dos cadeirantes”.

A nota do sindicato das empresas também ressalta que os ônibus seguem uma programação de horários rigorosa e são monitorados por câmeras e GPS. No entanto, as obras na Avenida Felizardo Moura, na zona Norte de Natal, têm causado atrasos e perda de viagens. O SETURN enfatiza que qualquer cadeirante que sofra com a falta de atendimento ou atendimento inadequado por parte dos motoristas deve registrar a ocorrência, com informações detalhadas, como horário, linha, número do veículo e local do incidente, para que a empresa possa tomar as devidas providências.

A Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (STTU) também foi procurada pela reportagem do NOVO, mas até o fechamento desta matéria, não deu retorno.

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