A ciguatera é a intoxicação por toxina natural presente em peixes de recife, como a "garoupa" - Foto: RobOO

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Toxina SESAP monitora caso de intoxicação alimentar após cinco médicos adoecerem por consumo de peixe em Natal

Cinco médicos passaram mal após jantar em restaurante de Natal; dois estão na UTI. Anvisa e Vigilância Sanitária coletaram amostras para análise, e SESAP emitiu nota técnica sobre riscos de toxinas em pescados

por: NOVO Notícias

Publicado 8 de maio de 2025 às 12:34

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) monitora um possível surto de intoxicação alimentar após cinco médicos apresentarem sintomas graves na última terça-feira (6), horas após consumirem peixe dourado em um restaurante de Natal. Dois pacientes permanecem internados em estado estável na UTI, com suspeita de ciguatera — intoxicação por toxina natural presente em peixes de recife.

A SESAP confirmou que acompanha a investigação e reforçou a vigilância sobre doenças de transmissão hídrica e alimentar. “O estado do Rio Grande do Norte está monitorando um surto de sintomas gastrointestinais em algumas pessoas. É fundamental ressaltar que o município de Natal está conduzindo a investigação sobre esses casos, enquanto o estado permanece acompanhando a situação de perto”, declarou Diana Rego, coordenadora de vigilância em saúde da SESAP.

Equipes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Vigilância Sanitária local colheram amostras do alimento no restaurante e analisam o episódio. “Em abril, divulgamos uma nota técnica referente às doenças de transmissão hídrica e alimentar, com o objetivo de sensibilizar a população sobre o tema. A investigação sobre a origem desse surto ainda está em andamento”, disse Diana Rego.

Os sintomas — como náuseas, vômitos e alterações neurológicas — são compatíveis com ciguatera, toxina que não é eliminada no cozimento e afeta espécies como dourado, garoupa e badejo.

A ciguatera é rara no Brasil, mas casos já foram registrados em Fernando de Noronha desde 2022. Em nota técnica publicada em abril, a SESAP alertou para o risco no RN, devido ao alto consumo de pescados e à proximidade com áreas tropicais onde a toxina é mais comum.

Sintomas e prevenção

A intoxicação surge entre 2 e 12 horas após a ingestão e pode causar diarreia, dor muscular e, em casos graves, complicações cardíacas ou neurológicas. Não há antídoto específico — o tratamento é sintomático. A SESAP orienta a população a comprar peixes de fontes regulamentadas e evitar espécies de grande porte (como dourado), que acumulam mais toxinas.

Enquanto aguarda resultados oficiais, a secretaria mantém contato com hospitais e serviços de saúde para identificar novos casos. O restaurante envolvido segue em operação, mas a Anvisa pode interditar o local se houver confirmação de risco.

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