Millennials e a sua relação com o Vinho
A Comunicação com o mercado consumidor do vinho, com vistas a sua diversificação, sempre foi, e ainda é, o grande desafio do mercado produtor e comercializador da bebida de Baco. Em um movimento constante, o vinho, enquanto produto, busca se aproximar do publico consumidor se descomplicando, e essa mudança de olhar tem surtido efeito.
Em geral, a formula adotada pela indústria, e seguida pelo varejo, é se comunicar com o novo publico consumidor de forma mais assertiva e sem complicações, com grande ênfase ao digital, sem, contudo, colocar de lado, a experiencia desse vasto universo do vinho, o design das garrafas, os sabores e aromas buscados por esse novo consumidor, tudo é levado em conta na hora de elaborar e vender o vinho.
Nesta busca de conexão com esse “novo consumidor” os vinhos estão mais leves, frescos, florais, sem exageros e grandes extrações de cor, aromas e sabores; o vinho ganhou os bares, as piscinas, a beira mar; as taças são de acrílico, de plástico, e porque não de cristal, tudo sem regras engessadas e antigas de etiqueta, o mundo atual é jovial, leve e descomplicado, como o vinho que os Millennials buscam!
VINHO DA SEMANA
Guaspari Syrah 2011 – Vinhedo Vista do Chá
Notas de Prova: O vinho amadurece em barricas francesas durante 24 meses, coloração violácea intenso, profundo, concentrado, com discreto halo de evolução. Paleta de aromas complexos com notas de geleia de frutas negras, groselha e especiarias. As sensações olfativas foram confirmadas em um paladar denso e volumoso, de taninos polidos e sedosos. Um vinho que evoluiu muito bem, apresentando aromas de couro e algo animal. Enfim, um vinho elegante, macio e equilibrado, que respeita as características da variedade e nos mostra o potencial de guarda desse vinho. Vinícola Guaspari – SP – Brasil
O Fim do Inverno
Não podemos afirmar que temos inverno no RN, mas de fato temos alguns meses de temperaturas mais amenas em nosso Estado, em especial a noite, bem como em algumas regiões serranas. Essas noites mais frescas favorecem o consumo de vinhos de temperatura de serviço mais alta, dos quais podemos citar os tintos feitos da uva Malbec – Argentina, os Bordeaux – França, os Super Toscanos – Italia e também os brancos mais encorpados da Borgonha – França. Assim, vamos aproveitar esses últimos dias da estação que se finda e preparar as adegas para a Primavera/Verão que se aproxima.
A reinvenção da Alta Gastronomia
Ao se falar de alta gastronomia, é impossível não se pensar em pratos requintados, feitos com ingredientes raros e caros, por vezes importados e restaurantes luxuosos e caros. Nos últimos tempos, entretanto, a alta gastronomia, vem perdendo espaço para uma cozinha mais acessível, por vezes com acento regional, refletindo assim em uma reinvenção do conceito original.
Dessa forma, a ideia de uma gastronomia classista passa a ser desconstruída, levando em consideração os valores das pessoas e a sua relação com o ato primário de se alimentar, tornando a gastronomia cada vez mais popular e isso se deve ao aumento significativo de programas de culinária na televisão aberta, os quais proporcionam ao público em geral maior acessibilidade e conhecimento sobre ingredientes, cultura e a própria gastronomia.
O processo de popularização da gastronomia, aliado à tendência de valorização do ingrediente local, transforma a alta gastronomia, antes destinada aos ricos, em manifestação cultural e regional, mais acessível, permitindo que aquela culinária regional, antes desvalorizada passe a se tornar o centro de um processo de autorreconhecimento da população local e gerado a curiosidade dos comensais e a reinvenção das cozinhas pelo mundo a fora.
Em Natal são expoentes dessa “nova alta gastronomia” os Restaurantes Navarro – Hotel Barrera Roxa, Cascudo Cozinha, Nau, Camarões, Marechal, Manary, e em minha opinião, como maior expoente, O Bule da Chef Sônia Benevides.
