O caso mais emblemático é o da Esportes da Sorte, patrocinadora master do Corinthians e parceira de outros três times da primeira divisão e também do ABC Futebol Clube
Publicado 3 de outubro de 2024 às 11:00
Cinco bets (casas de apostas) que patrocinam dez times das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de futebol masculino foram consideradas irregulares pelo Ministério da fazenda e ficaram de fora da lista de autorizadas a operar no País a partir de 11 de outubro. A relação foi divulgada pelo governo federal e envolve 192 marcas de 89 empresas diferentes.
O caso mais emblemático é o da Esportes da Sorte, patrocinadora master do Corinthians e parceira de outros três times da primeira divisão. A Esportes da Sorte também é patrocinadora do ABC Futebol Clube. O contrato de patrocínio está válido até dia 5 atual vínculo com a empresa está previsto para acabar no dia 5 de dezembro.
A casa de aposta também estampa o espaço mais nobre das camisas de Bahia e Athletico-PR, e aparece na região do omoplata do Grêmio. A marca também é a principal apoiadora do time feminino do Palmeiras e, na Série B, do Ceará.
A Esportes da Sorte alegou tratar-se de um erro do Ministério da Fazenda e afirma ter cumprido todas as exigências da portaria 1.475/2024, referente à regularização das bets. A marca informou ainda que buscou a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) para retificação.
A Esportes da Sorte é suspeita — segundo a Polícia de Pernambuco — de lavagem de dinheiro, supostamente provenientes do jogo do bicho no Estado. Essas suspeitas foram levantadas com base em relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificaram indícios de operações suspeitas envolvendo a empresa. A empresa também é investigada na operação Integration, que prendeu a influenciadora Deolane Bezerra. Ela já foi liberada.
Quem também foi entrou na lista de bets irregulares foi a Vai de Bet, antiga patrocinadora do Corinthians. A marca tinha um acordo de patrocínio no valor de R$ 360 milhões com o clube paulista, mas rescindiu unilateralmente depois do repasse de parte da comissão do intermediário a uma suposta empresa laranja. A casa de aposta, que afirma ter cumprido as exigências, é investigada pela Polícia Civil de Pernambuco em operação que apura um esquema de lavagem de dinheiro oriundo de jogos ilegais.
Outro time da Série A afetado é o Juventude, cuja patrocinadora master, a Stake, também não aparece na relação divulgada pelo governo. A reportagem entrou em contato com as partes para posicionamento, mas não obteve resposta.
Na segunda divisão, as bets consideradas irregulares no Brasil a partir da data limite são Betvip, patrocinadora do Sport; Dafabet, do Guarani; e Reals, de Amazonas e Coritiba.
Em comunicado, a Reals disse que já entrou em contato com o governo federal para integrar a lista. “A empresa reitera que, desde o primeiro prazo para solicitação da licença, cumpriu integralmente todos os requisitos estabelecidos. Mantemos comunicação constante com o Ministério da Fazenda e aguardamos atualizações, tendo participado ativamente de todas as reuniões agendadas e atendido a todas as solicitações”, informou a empresa.
“Reforçamos que todos os critérios foram cumpridos desde a divulgação da primeira lista de empresas autorizadas, sendo a Reals a 13ª a apresentar a documentação exigida. A empresa está em plena conformidade com as normas estabelecidas pelo Governo Federal e integra a lista oficial das casas de apostas registradas no SIGAP (Sistema de Gestão de Apostas).”
Confira a lista das bets que foram liberadas pelo Ministério da Fazenda:
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