A poética do feminino sagrado irrompe as fronteiras do imaginário e demuda-se em imagens, poemas, ritmos e arranjos de “Sacrário”, o novo álbum de Valéria Oliveira, que será lançado nesta sexta-feira, 14 de maio, pela Tratore, com distribuição nas principais plataformas digitais.

Sacrário é o 10º álbum da cantora e compositora natalense e desponta no cenário nacional como uma elegia aos 30 anos da sua carreira artística. Com produção musical de Valéria e Jubileu Filho, o novo álbum se revela como um ambiente íntimo e sacrossanto da artista onde a sacralidade do feminino brota no seio lírico da mãe terra e ecoa sonoramente por meio da delicadeza e da força mulheril da voz sedutora e doce dessa cantante potiguar.

As composições de Sacrário foram trançadas e enfeitadas pelos ritmos, interpretações e pelas marcações compassadas e sincopadas de sambas que estão carregados “de amor, de liberdade, de dor e de alegria”.

O álbum solicita a união, promove a expansão das culturas, demarca um tempo mítico e nasce como uma espécie de epifania, em um lugar de descobertas, com vistas a percorrer um caminho mais proveitoso e solar, na intenção de afugentar os dias, “memórias, nem sempre de glórias ou que fazem doer” e “na mutação dos sentimentos”, temas que se transmutaram em poesia e estão presentes na letra de VAI ALÉM e 200%.

Valéria Oliveira divide quatro faixas do seu Sacrário com cantoras de renome nacional: Leila Pinheiro, emprega a doçura da sua voz à canção, ALENTO; Simona Talma, apresenta a sua personalidade plural, na música UM SIMPLES OLHAR; A cantora Daúde, imprime sua vibração e seu balanço soteropolitano na faixa GENTE; além da presença de Leci Brandão, interpretando sua ontológica música, ESSA TAL CRIATURA, que em Sacrário ganha uma releitura, com novo arranjo orquestrado pelo maestro Rildo Hora. No vestígio dessa grande elegia ao samba, Valéria Oliveira reverencia os mestres Wilson da Neves (1936 – 2017) e Delcio Carvalho (1939 – 2013) interpretando a obra POR ONDE COMEÇAR. SACRÁRIO completa o seu intertexto musical com as parcerias dos compositores Drika Duarte, Ivando Monte, André Morais, Luiz Gadelha, Simona Talma, Khrystal, Rico Dias e Vinícius Lins.

A capa ficou a cargo de Elifas Andreato, designer gráfico, ilustrador e artista plástico renomado no Brasil e no exterior. Elifas revelou em seu campo visual uma imagem indicial que pressupõe uma essência específica, uma linguagem íntima, transversal e contígua, para representar a simbologia do sagrado feminino que está presente na matriz sonora e nas cores ritmadas das 14 faixas do álbum.

Sacrário apresenta boas vibrações, traz um swing e um balanço sincopado, além de despontar e traduzir a essência e a personalidade musical que Valéria Oliveira nos propõe neste trabalho: “Sinta a marcação, o ruído das ondas do mar no rufar dos tambores, a liberdade no peito e a cor da verdade no sangue”. Sacrário “nasceu perto do mar” e está repleto de signos musicais e de imagens acústicas banhadas pelo sol e pelo sal “Da velha Cidade do Reis”.