Tuta, apontado como substituto de Marcola no PCC, é preso pela PF na Bolívia

Cotidiano

Fim de linha Tuta, apontado como substituto de Marcola no PCC, é preso pela PF na Bolívia

Marcos Roberto de Almeida, o “Tuta”, estava foragido e usava documento falso; operação contou com apoio das forças de segurança bolivianas

por: NOVO Notícias

Publicado 17 de maio de 2025 às 08:35

A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira (16) em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, Marcos Roberto de Almeida, conhecido como “Tuta”, apontado como o novo líder máximo da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A prisão ocorreu com apoio da Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen boliviana.

De acordo com as autoridades, Tuta se identificava como Maycon Gonçalves da Silva e foi detido por uso de documento falso em um centro comercial. Ele permanece sob custódia na Bolívia, aguardando confirmação de identidade e possível extradição para o Brasil, onde responde por diversos crimes.

Quem é Tuta?

Considerado o sucessor direto de Marcola no comando do PCC, Tuta assumiu a liderança da facção após a transferência do antigo líder para um presídio federal em 2019. Ele já tinha sido condenado a 12 anos e seis meses de prisão por organização criminosa e responde a outros processos por lavagem de dinheiro e comando do tráfico.

Em 2020, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) o identificou como parte da “Sintonia Final da Rua”, a cúpula do PCC. Na época, ele teria assumido um cargo falso como “adido consular” de Moçambique em Belo Horizonte para circular livremente entre países.

Operação Sharks e a nova estrutura do PCC

A prisão de Tuta é um desdobramento da Operação Sharks, deflagrada em 2020 para desarticular a nova liderança do PCC. Na ocasião, o MP-SP revelou um organograma com 21 integrantes da cúpula, incluindo Tuta e três responsáveis pelo braço financeiro da facção, que movimenta cerca de R$ 100 milhões por ano.

Durante a operação, foram apreendidos:
✔ Armas e explosivos (incluindo TNT)
✔ Carros de luxo e mais de R$ 100 mil em dinheiro vivo
✔ Documentos falsos ligados a negócios ilícitos

Próximos passos

  • Extradição para o Brasil: A PF trabalha para confirmar sua identidade e formalizar o pedido de transferência.
  • Risco de retaliação: O promotor Lincoln Gakiya, que investiga o PCC há anos, já foi alvo de ameaças de morte ordenadas por Marcola.
  • Impacto no PCC: A prisão pode desestabilizar temporariamente a facção, que mantém operações no Paraguai, Bolívia e África.

Contexto:
Marcola, preso desde 2019, continua a comandar parcialmente o PCC de dentro do sistema prisional federal. Tuta era seu principal “homem de confiança” nas ruas, responsável por gerenciar o tráfico internacional e lavagem de dinheiro.

Tags