Ação organizada pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) - Foto: Redes Sociais
Representante de supermercados relatou perdas, principalmente no período natalino, mas negou violência; MLB citou luta por direito à alimentação e desperdício
Publicado 29 de maio de 2025 às 13:42
A CEI da Câmara de Natal, que investiga invasões de propriedades, ouviu nesta quarta (28) o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e a Associação dos Supermercados do RN (Assurn). Eugênio Parcelli, diretor da Assurn, afirmou que ocupações por movimentos sociais já causaram R$ 3 milhões em prejuízos ao comércio local, com o maior impacto no período natalino.
Ainda segundo ele, no entanto, as manifestações não envolveram violência ou vandalismo. Parcelli também disse que nunca houve pedido formal de doações por parte do movimento. “Essas ações são intensificadas no período natalino”, declarou. “Aproveito para esclarecer que nunca recebemos um pedido formal por doações de alimentos de qualquer movimento social”.
Pelo MLB, a ativista Bianca Soares disse que as manifestações nos supermercados ocorrem em prol de direitos básicos, como a alimentação. “Para 33 milhões de brasileiros o direito de se alimentar não é garantido”, afirmou. Ela citou o desperdício de alimentos pelas grandes redes. “O movimento faz essas manifestações como meio de reivindicar e evidenciar esses dois polos: de um lado as pessoas passam fome e do outro é priorizado o lucro e o desperdício”, explicou Soares, ressaltando que os atos ocorrem sem constrangimentos ou interrupção do funcionamento dos estabelecimentos.
Instalada em fevereiro deste ano, a Comissão Especial de Inquérito investiga invasões a propriedades privadas, especialmente estabelecimentos comerciais na capital potiguar. O colegiado é presidido pelo vereador Subtenente Eliabe (PL), tendo a vereadora Camila Araújo (União Brasil) como vice-presidente e Matheus Faustino (União Brasil) como relator. Os demais membros titulares são os vereadores Cláudio Custódio (PP) e Daniel Valença (PT). Para suplentes, foram nomeados os vereadores Robson Carvalho (PL), Daniel Santiago (PP), Kleber Fernandes (Republicanos), Luciano Nascimento (PSD) e Brisa Bracchi (PT).
Divergências e Acusações
O relator da Comissão, vereador Matheus Faustino (União Brasil), citou estudos da Fecomércio sobre prejuízos entre 2022 e 2024. “Eles invadem as lojas sem qualquer aviso prévio para cobrar cestas básicas”, disse Faustino.
O vereador mencionou ainda que a representação dos supermercadistas garantiu que empresas do setor distribuem alimentos próximos do vencimento para entidades sociais. Faustino também afirmou ter provas de financiamento do MLB pelo Governo do Estado e que cobrará explicações.
O vereador Daniel Valença (PT) defendeu que as ocupações são ações de luta contra a fome. “Provamos por A mais B que não há qualquer ação da Polícia Militar, da Polícia Civil ou da Polícia Federal contra o MLB”, declarou Valença. Ele argumentou que não há ações criminais contra o movimento e que a CEI tenta criminalizar a luta por moradia e dignidade.
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