Júri absolveu potiguar após análise de provas técnicas apresentadas pela defesa. | Foto: Reprodução/TV Ponta Negra

Cotidiano

Justiça “Sensação de alívio”, diz potiguar absolvido por morte de francês em Lisboa

Após seis anos respondendo ao processo, Alexsandro Nascimento foi inocentado em julgamento realizado em Natal com base em cooperação entre Brasil e Portugal

por: NOVO Notícias

Publicado 16 de dezembro de 2025 às 09:29

“Uma sensação de alívio”. Foi assim que o potiguar Alexsandro Nascimento da Silva, de 28 anos, definiu o sentimento após ser absolvido da acusação de envolvimento na morte do francês Serge Albert Pierre Yves Claude, de 56 anos. O julgamento ocorreu em Natal, depois de três dias de sessões, com base em acordo de cooperação jurídica entre Brasil e Portugal.

O crime investigado ocorreu em 2019, em Lisboa, Portugal. A decisão do júri foi unânime e afastou todas as acusações contra o potiguar, que respondia por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e furto qualificado. A sentença foi confirmada na sexta-feira (12) pela juíza federal Lianne Motta. Caso fosse condenado, Alexsandro poderia pegar até 41 anos de prisão.

Em entrevista à TV Ponta Negra, ele relatou o impacto emocional de responder ao processo por quase seis anos. Segundo Alexsandro, o período foi marcado por sofrimento psicológico, constrangimentos e julgamento social. “Carregar uma culpa por algo que eu não fiz é uma dor que não desejo para ninguém”, afirmou, completando que passou anos sendo visto de forma diferente por pessoas que conheciam sua história e sua conduta.

Alexsandro morava em Lisboa quando manteve um relacionamento com a vítima, mas afirmou que nunca residiram juntos. Ele havia se mudado para Portugal em busca de melhores condições financeiras para ajudar a mãe, que enfrentava problemas de saúde. O potiguar afirmou que só soube da morte do francês quando já estava no Brasil. No mesmo dia, foi procurado pela polícia, episódio que descreveu como um choque.

Provas técnicas confirmaram inocência

Durante o julgamento, a defesa apresentou como principal prova a análise dos dados do telefone celular de Alexsandro, que indicaram que ele estava em outro local no horário estimado da morte da vítima. A Defensoria Pública Federal sustentou que seria impossível o acusado estar em dois lugares ao mesmo tempo, o que foi aceito pelos jurados, que entenderam não haver provas suficientes para condenação.

Com a absolvição, o MP de Portugal deverá reabrir as investigações para identificar o verdadeiro autor do crime. Questionado sobre suspeitas, Alexsandro preferiu não comentar.

O caso chegou ao Brasil por meio de pedido de cooperação jurídica internacional do Ministério Público português. A denúncia foi formalizada no RN em agosto de 2024, e Alexsandro respondeu ao processo em liberdade por ser réu primário.

A acusação apontava que a vítima teria sido morta por asfixia e que o corpo foi ocultado dentro do imóvel onde morava. Também havia imputações de furto de bens de alto valor, como um relógio e outros produtos, que foram descartadas durante o julgamento.

Tags