Acidente de trânsito - Arquivo/NOVO
O número de acidentes em rodovias federais que cortam o Rio Grande do Norte atingiu o maior patamar em sete anos. Segundo levantamento da Fundação Dom Cabral (FDC), foram registradas 1.181 ocorrências em 2024. O ano também teve o maior número de mortes nas estradas (109) e feridos graves (396) desde 2018.
A análise considera trechos com fluxo diário igual ou superior a mil veículos. Os dados mostram que a BR-101 e a BR-304 foram as vias mais perigosas, concentrando juntas 54% de todos os acidentes em 2024. A BR-101 liderou com 344 registros, seguida pela BR-304, com 295.
O estudo propôs dois indicadores: a Taxa de Acidentes (TAc), que analisa o impacto do volume de tráfego no total de ocorrências, e a Taxa de Severidade de Acidentes (TSAc), que, além de considerar o volume, pondera os acidentes de acordo com a gravidade.
Paulo Tarso Vilela de Resende, coordenador da FDC, destaca que, embora o crescimento absoluto de acidentes acompanhe a quantidade e o fluxo de veículos, a severidade nos registros aumentou consideravelmente nos últimos dois anos.
No Rio Grande do Norte, por exemplo, a taxa de severidade em 2024 foi de 0,488. O índice representa o maior valor desde 2019, quando o resultado foi de 0,5. “A taxa de severidade, por sua vez, adiciona um peso baseado na gravidade da colisão, como a presença de mortes. O índice tem crescido a cada ano, indicando um aumento da gravidade dos acidentes”, alerta Paulo Tarso.
Com os dados entre 2018 a 2024, a maioria dos acidentes em rodovias federais no Rio Grande do Norte aconteceu durante o dia. Do total de 7.204 ocorrências registradas no período, 3.878 (53,83%) ocorreram durante o dia, enquanto o período da noite concentrou 2.632 acidentes (36,54%).
No entanto, os acidentes noturnos tendem a ser mais letais. O coordenador técnico da FDC, o professor Ramon César, aponta que as colisões frontais à noite representam 49% dos acidentes com vítimas fatais, geralmente devido a ultrapassagens em pistas simples com pouca visibilidade. “O comportamento, como o excesso de velocidade em retas, também contribui para ocorrências com vítimas fatais”, ressalta.
O estudo também aponta que trechos de reta (tangente) registram 70,60% dos 7.204 acidentes registrados em rodovias federais entre 2018 e 2024. As curvas aparecem em segundo lugar, com um percentual muito inferior, correspondendo a 7,38% das ocorrências. Outra informação apresentada pelo estudo é que a grande maioria dos acidentes nas rodovias potiguares ocorre sob condições de tempo bom. Do total acidentes analisados nos últimos sete anos, 74,4% aconteceram com céu claro, enquanto apenas 3,4% ocorreram sob chuva.
Há uma alta concentração de acidentes em poucos tipos de traçado viário. As interseções foram o palco de 6,69% dos casos, enquanto outros traçados, como rotatórias, aclives e declives, somaram percentuais inferiores a 3% cada.
Os automóveis estiveram envolvidos em 62,26% dos sinistros no período acumulado, enquanto as motocicletas participaram de 52,58% das ocorrências.
Dados nacionais
Um estudo elaborado pela Fundação Dom Cabral (FDC) aponta que 2024 teve o maior número de acidentes, mortes e feridos graves nas rodovias federais brasileiras desde 2018. A pesquisa utiliza dados do DNIT e da Polícia Rodoviária Federal, considerando trechos com fluxo diário de pelo menos mil veículos. O levantamento mostra que o total de ocorrências subiu para 56.117 no ano passado.
O volume representa o maior patamar da série histórica, superando os registros anteriores à pandemia. Em 2024, também foi observado o recorde de vítimas fatais, com 4.995 mortes, e de feridos graves, que somaram 15.916 casos. A Taxa de Severidade de Acidentes (TSAc), que pondera a gravidade das ocorrências, atingiu seu pico no período, chegando a 9,88.
As rodovias BR-101, BR-116 e BR-381 concentram o maior número de acidentes, reflexo de sua relevância logística e alto tráfego. O estudo revela padrões consistentes: 54,7% dos acidentes em 2024 ocorreram em pleno dia e 35,06% durante a noite. Mais da metade das ocorrências (52,38%) aconteceram em pistas simples.
A colisão frontal responde pela maior parcela da taxa de severidade, seguida pela colisão traseira. A pesquisa classifica os acidentes em três categorias: sem vítimas, com feridos e com vítimas fatais. Em média, 7,51% dos casos em 2024 resultaram em mortes, um avanço em relação à média histórica.
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