Tornozeleira eletrônica – Akira Onume/Governo do Pará

O serviço de monitoramento de presos com tornozeleiras eletrônicas no estado do Rio Grande do Norte está enfrentando atrasos em seus pagamentos. O valor devido à empresa Synergy Tecnologia de Informação, de São Paulo, chega a R$ 2,4 milhões, segundo a a Secretaria da Administração Penitenciária (SEAP).

O atraso é referente aos meses de dezembro de 2022, além de janeiro, fevereiro e março deste ano. A Administração Penitenciárias, no entanto, esclarece que os serviços não terão descontinuidade e que não procede a informação de que houve corte de sinal no monitoramento eletrônico com uso de tornozeleiras.

Ainda de acordo com a Seap, na última segunda-feira (10), foram realizadas tratativas com a empresa fornecedora da tecnologia a respeito do débito. A pasta afirmou que o pagamento da folha de novembro foi feito na semana anterior.

A pasta informa que a Polícia Penal continua trabalhando no monitoramento e fiscalização de aproximadamente 3 mil presos do estado.

Funcionamento

Os presos monitorados eletronicamente são obrigados a cumprir determinadas regras, como estar em casa das 20h às 5h. Além disso, há uma série de restrições diárias, como a proibidos de frequentar bares, não poder portar armas e se abster de remover, violar ou danificar de qualquer forma o equipamento.

Caso o detento remover ou quebrar a tornozeleira eletrônica, o sistema de monitoramento vai sinalizar, por meio de um alarme, que aconteceu algo estranho com o aparelho e a polícia será acionada.

Além disso, em situações em que se esqueça de recarregar a tornozeleira eletrônica e ela ficar sem bateria, o sistema de monitoramento comunicará imediatamente a polícia que há algo estranho com o aparelho, pois ele não está sinalizando a sua localização. O detento pode sofrer alguma punição judicial se for comprovado que o mesmo deixou a tornozeleira descarregar de propósito.

Inquérito

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) abriu, em dezembro passado, inquérito civil para investigar irregularidades na execução do contrato de locação de tornozeleiras eletrônicas da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP).

São investigadas notícias de escassez, fragilidade e interrupção de funcionamento das tornozeleiras eletrônicas utilizadas no sistema prisional estadual. O governo estadual tem contrato com a empresa Synergy Tecnologia de Informação, de São Paulo, cujo valor pago este ano foi de R$ 5,6 milhões.

A portaria de abertura do inquérito, assinada pelo promotor Vitor Manuel de Medeiros Azevedo, pede informações acerca do contrato e, além disso, informe quantos equipamentos estão atualmente instalados e disponíveis para imediata instalação.