Donald Trump e Jair Bolsonaro

Donald Trump e Jair Bolsonaro - Foto: Alan Santos/PR

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Política PF revela que Bolsonaro pediu orientação a advogado de Trump sobre tarifaço

Relatório da PF também expõe atrito entre Bolsonaro e o filho Eduardo e aponta que os dois atuaram para coagir ministros do STF em processo sobre tentativa de golpe

por: NOVO Notícias

Publicado 21 de agosto de 2025 às 13:23

Um relatório da Polícia Federal (PF) revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu orientação ao advogado Martin De Luca, que representa empresas ligadas a Donald Trump, para “melhorar a comunicação em relação ao tarifaço” imposto ao Brasil. Em um áudio, Bolsonaro pede que o advogado o guie sobre o que postar nas redes sociais, afirmando que a “questão da liberdade tá muito acima da questão econômica”.

Para a PF, o pedido demonstra um alinhamento do ex-presidente a interesses externos e uma tentativa de usar medidas de outro governo contra o Brasil em benefício próprio. Aliados de Bolsonaro consideram este trecho um dos mais delicados do relatório, pois pode reforçar a tese de que ele atuou em coordenação com aliados de Trump para pressionar autoridades brasileiras.

O relatório, divulgado nesta quarta-feira (20), também aponta que Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atuaram de forma deliberada para intimidar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e interferir na ação penal que trata da tentativa de golpe de Estado. Segundo os investigadores, os dois produziram e disseminaram mensagens em redes sociais com o apoio do pastor Silas Malafaia.

“As mensagens demonstram que as sanções articuladas dolosamente pelos investigados foram direcionadas para coagir autoridades judiciais do Supremo Tribunal Federal”, diz um trecho do documento.

As conversas recuperadas de celulares apreendidos também expõem atritos entre pai e filho. Em um dos diálogos, Eduardo xingou Bolsonaro após uma entrevista do ex-presidente sobre um conflito do deputado com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Em outra mensagem, Eduardo admitiu que a atuação junto ao governo Trump tinha como objetivo principal blindar o ex-presidente de uma condenação no processo do golpe. “Temos que decidir entre ajudar o Brasil, brecar o STF e resgatar a democracia OU enviar o pessoal que esteve num protesto que evoluiu para uma baderna para casa num semiaberto”, escreveu o deputado.

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