Músicos voltam ao Beco da Lama e consideram que esse é um evento teste para a retomada – Foto: Luana Tayze

Hora de matar saudade das noitadas ao som do pandeiro, do cavaco e da cuíca! Na próxima quinta-feira, 23, às 19 h, o grupo Batuque de um Povo está de volta ao Beco da Lama, em frente ao tradicional de Nazaré, dentro do projeto “Quinta Que Te Quero Samba”. Para poder ser realizado, porém, foi preciso autorização da Secretaria de Saúde do Estado e se comprometer a seguir todos os protocolos sanitários contra a disseminação do novo coronavírus. Para completar a festa, a noite também marca o aniversário de cinco anos do grupo.

Na verdade, diante do atual quadro da pandemia, trata-se ainda de um evento teste, como esclarece Carlos Britto, porta-voz do Batuque de um Povo, que tocou pela última vez no Beco há um ano e seis meses, mas precisamente no dia 12 de março de 2020.

“Na verdade, a gente está voltando até com um certo cuidado ainda. O Beco já está funcionando com algumas coisas de samba há mais de dois meses, mas o nosso movimento, que é o ‘Quinta Que Te Quero Samba’, em frente ao Bar de Nazaré, tomou todo cuidado para recomeçar só após esse decreto do último dia 17”, diz Carlos.

Ele comenta que a saudade de se apresentar para o público, sentindo a vibração e os aplausos, é grande entre os nove componentes do grupo, que mantém o projeto de fazer samba na rua há mais de dez anos. Apesar de os projetos irem mudando ao longo dessa trajetória, a base da turma é a mesma.

O grupo Batuque de um Povo é formado por Diego Carvalho (violão), Vinícius Assunção (banjo), Binho (reco e voz), Buluka (voz), Ivani Neto (cavaquinho), Elene Eferson (surdo), Ildo Oliveira (pandeiro e voz), Carlos Britto (tantan e voz) e Marcos Araújo (cuíca e repique de mão).

Ainda sobre os cuidados da retomada, durante a apresentação o Batuque de um Povo ficará sempre orientando e alertando para manter o distanciamento; mesmo os integrantes tendo consciência que é difícil, pois o samba por lá é movimento de rua.

Mas será disponibilizado álcool em gel e máscaras, além de outras medidas. “Não vamos colocar mesas na rua, pois o pessoal fica muito aglomerado, próximo à roda de samba. Mas vamos tentar conseguir esse controle e rezar para dar certo. É um evento teste. Se a gente vir que não vai rolar, a gente vai parar novamente e vai deixar as coisas se acalmarem mais”, avisa Carlos.

Movimento do Beco

As noites de samba no Beco da Lama, principalmente em frente ao tradicional Bar de Nazaré, viraram sinal de agitação e efervescência na noite natalense, onde a diversidade sempre falou mais alto. Apesar de a trilha sonora ser samba, representantes de todas as tribos urbanas baixam por lá.

Carlos Britto lembrando que o Beco da Lama sempre teve esse movimento boêmio, de noite, mas não com tanta proporção quanto agora. Para ele, isso só valoriza mais e engrandece a cultura potiguar. Acho que é bem válido.

“Acho que é a cara do Beco. Depois da revitalização, o Beco conseguiu atrair esse público todo pra lá, de todas as tribos, de todas os movimentos, tem bar de samba, de MPB, de reggae… Ficou uma coisa bem diversificada. Culturalmente ficou maravilhoso!”, comenta o músico.