Daniela Freire, jornalista

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Opinião

Opinião Ministério Público eleitoral anexa novas provas em processo contra chapa de Paulinho Freire (União)

Segundo o Ministério Público, durante o processo eleitoral houve cooptação direta de funcionários, comissionados e terceirizados da Prefeitura do Natal a trabalharem em eventos de campanha de Paulinho Freire, sob ameaças de demissão

por: Daniel Freire, do NOVO Notícias

Publicado 19 de maio de 2025 às 16:15

Investigação robusta
É impressionante a quantidade de novas provas anexadas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), através do ‘Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado’, Gaeco, à Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) aceita pela Justiça de Natal e que tramita na 4ª Zona Eleitoral, apontando que a chapa Paulinho Freire/Joanna Guerra, além de dois vereadores aliados, Irapoã Nóbrega e Daniel Rendall, foram beneficiados no processo eleitoral da capital pelo total uso da máquina da Prefeitura, então administrada por Álvaro Dias.

Conteúdo explosivo
São quase mil páginas acusando os vitoriosos na eleição em Natal de assédio e abuso de poder político e econômico. O material foi publicado com exclusividade pelo portal O Potiguar, assinado pelo cientista político e professor da UFRN Daniel Menezes, que mostrou trechos dessas provas, capturadas durante busca e apreensão realizadas em secretarias do Município, dentro da Operação Voto Livre. “Natália não poderia ter vencido essa eleição”, analisa Menezes, diante do conteúdo. “Eu nunca vi nada parecido com isso na história recente do RN. Conforme as provas antigas e as novas juntadas, toda a máquina pública Municipal foi utilizada para atuar na campanha de Paulinho Freire”, afirma.

Crimes eleitorais
A coluna teve acesso ao volumoso material e constatou que as provas apresentadas pelo MPE são estarrecedoras. Segundo o Ministério Público, durante o processo eleitoral houve cooptação direta de funcionários, comissionados e terceirizados da Prefeitura do Natal a trabalharem em eventos de campanha de Paulinho Freire, sob ameaças de demissão. O combo de crimes eleitorais praticados, segundo o MPE, por Paulinho, Joanna, Álvaro e vereadores Irapoã e Daniel Rendall incluiu fechamento de escolas para que servidores participassem de eventos, troca de serviços por voto, listas de ônibus para vereadores, ameaças a terceirizados, entre outros…

Escandaloso
Candidata adversária de Paulinho Freire no pleito, a deputada federal Natália Bonavides classificou as novas provas apresentadas pelo Gaeco do MPE à Justiça no processo contra a chapa vencedora como “escandalosas” e considerou que houve “descarado uso da máquina da Prefeitura de Natal nas eleições de 2024”. “Assédio, perseguição, monitoramento em redes sociais e frases do tipo ‘quer a cabeça dele’. Uma organização criminosa que utilizou recursos públicos para interferir no pleito. Até exames médicos foi usado como moeda de troca para votos”, disse a parlamentar.

Boa ideia
Sugestão de uma fonte muito conceituada que chegou à coluna: A governadora Fátima Bezerra deveria defender publicamente a CPMI do INSS e propor aos aliados que cobrem a inclusão da gestão Jair Bolsonaro e do seu ex-ministro da Previdência e hoje senador Rogério Marinho no escopo da comissão. É que Marinho sabia dos roubos dos aposentados e nunca acionou os órgãos de controle e investigação para combater esse crime, que, segundo a atual gestão da CGU, teve o “ovo da serpente” gerado no governo passado, quando 10 das 11 associações investigadas firmaram contrato com o INSS para iniciar os descontos indevidos nos pagamentos dos idosos.

Aniversariante do dia, a governadora Fátima Bezerra ganhou uma homenagem pública do seu secretário estadual da Fazenda e pré-candidato a sua sucessão Cadu Xavier.

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