Daniela Freire, jornalista

Daniela Freire, jornalista

Política

Opinião Daniela Freire: maternidades de Natal sem obstetras

por: Daniela Freire

Publicado 12 de maio de 2025 às 15:45

Câmara extremista
A maioria dos vereadores da Câmara Municipal de Natal está transformando o legislativo natalense em um local completamente reacionário e não condizente com o que tem o dever de praticar em prol da população. O primeiro sinal de que a linha principal da maioria dos edis é a do extremismo foi a negativa por parte da vereadora Camila Araújo em conceder vistas à colega Samanda Alves na discussão sobre concessão de título de Cidadão a Jair Bolsonaro. A parlamentar petista tinha esse direito, que foi sustado por Camila de forma arbitrária. Camila e os vereadores aliados acabaram desmoralizados por decisão judicial.

Só cortes
Outro caso que exibe claramente o viés extremista-conservador que tomou conta daquela Casa é a CEI politiqueira criada unicamente para perseguir quem? Os pobres. O intuito é impedir de protestar pessoas que lutam para ter o direito constitucional à moradia. Diga aí! E nem objeto definido essa comissão de inquérito tem, como bem denunciou o vereador oposicionista Daniel Valença. Uma CEI única e exclusivamente criada para vereador-lacrador fazer os cortes para as suas redes sociais e enganar milhares de pessoas. Algo que se tornou comum na política, tendo como o grande ídolo dessa turma ninguém menos do que um dos maiores mentirosos da atualidade: deputado Nikolas Ferreira.

Repressão total
Para fechar com ‘chave de ouro’ a lista de ações que mostram o atual cenário devastador, no sentido retrógrado, conservador e ditatorial, da Câmara Municipal de Natal é que houve, na semana passada, a mudança abjeta do regimento Interno da Casa com o objetivo claro de blindar o secretariado de Paulinho Freire de ser convocado pelas comissões para prestar esclarecimentos sobre quaisquer problemas que possivelmente surjam para a população da capital. Isso mesmo! A bancada do prefeito na CMN proibiu as comissões permanentes de determinar a presença de auxiliares do primeiro escalão da Prefeito. Algo impensável em uma democracia.

Censura
Isso porque, a partir de agora, secretários de Paulinho só poderão ser convocados se a maioria dos vereadores, em votação no Plenário, assim o quiser. Ora, é muito óbvia a jogada, uma vez que o prefeito tem maioria absoluta na Câmara! Então, secretário dele só vai ao Legislativo se explicar se ele permitir. Uma mudança casuística para beneficiar governo de plantão! A oposição ficou de acionar o Ministério Público.

A pergunta que não quer calar
O que tem de tão ruim no time de Paulinho que ele precisa desse paredão na Câmara Municipal de Natal?

Duas medidas…
A mesma Câmara que lida super bem com uma vereadora (Camila Araújo) que relativiza o estupro de vulnerável. A edil religiosa fundamentalista defendeu, em Plenário, na última semana, o “namoro” com crianças e a continuidade de gestação provocada por violência. Vídeos de trechos da fala de Camila rodaram o Brasil e a indignação foi geral.

Chá de governismo
Aliás, ainda no assunto “extremismo na CMN”, vale ressaltar, sobre o vereador-lacrador, que, segundo apurou o blog O Potiguar, ele agora é mais um em meio aos vereadores que formam o exército de Paulinho Freire. Nada de invadir mais unidades de saúde e mostrar situações ruins para o prefeito de Natal – o que por tabela lhe rendiam cortes para as redes sociais. Segundo contou O Potiguar – e pode-se conferir na página do edil no Instagram – nada de chegar de surpresa nesses locais, pelo menos nem tão cedo.

Maternidades parando
Por falar em unidades de saúde de Natal… A coluna confirmou, nesta segunda-feira (12), junto a uma fonte do Ministério Público a informação publicada com exclusividade pelo portal O Potiguar. As maternidades geridas pela Prefeitura do Natal Araken Pinto e Leide Morais estão parando os atendimentos de parto por falta de médicos obstetras, sim. Houve paralisação durante todo o fim de semana, inclusive, neste domingo, Dia das Mães!

Sem obstetras para Natal
De acordo com informações repassadas pela fonte do MP, “procede” a denúncia de O Potiguar. “Tem problema de escala na obstetrícia. Por causa da licitação, que teve muito problema, recursos… E o valor do plantão é baixo. Aí o Estado fez licitação recente e aumentou o valor do plantão nas maternidades estaduais. E acabou tornando mais atrativo para os profissionais migrarem para o serviço do Estado, com a cooperativa médica”, explicou a fonte. Que disse, ainda, que Natal está no processo para realizar contratações emergenciais com valores do plantão um pouco maior, a fim de atrair os obstetras de volta às maternidades municipais.