A avaliação no Palácio do Planalto é de que a situação tem causado desgaste ao governo desde que as acusações vieram a público, e é necessária uma ação rápida
Publicado 6 de setembro de 2024 às 16:36
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu remover o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, do governo após denúncias de assédio sexual, que incluem alegações feitas pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Ministros próximos a Almeida tentam convencê-lo a renunciar ao cargo nesta sexta-feira (6) em um esforço para conter a crise política.
As informações são da jornalista Vera Rosa e foram publicada há pouco no Estadão.
A avaliação no Palácio do Planalto é de que a situação tem causado desgaste ao governo desde que as acusações vieram a público, e é necessária uma ação rápida. Silvio Almeida nega as acusações e afirma estar sendo alvo de uma “perseguição implacável” por pessoas do próprio governo. Jurista e professor, ele é o único ministro negro da atual administração.
Lula deve se reunir nesta tarde com Almeida e Anielle, mas já indicou seu posicionamento. “Quem pratica assédio não vai permanecer no governo”, afirmou o presidente em entrevista à Rádio Difusora de Goiânia.
Apesar de garantir o direito de defesa a Almeida, Lula já sinalizou sua decisão. Um indicativo disso foi uma foto postada por Rosângela da Silva, a primeira-dama Janja, em que aparece beijando a testa de Anielle, na noite de quinta-feira, 5.
A partir de agora, a defesa de Almeida deverá ser feita perante a Comissão de Ética Pública, com um prazo de dez dias úteis. Nos bastidores, a situação do ministro é vista como insustentável, e há preocupação de que sua saída seja acompanhada de críticas ao PT e ao governo. O episódio ocorre em meio à proximidade das eleições municipais, o que tem sido aproveitado pela oposição para atacar o governo Lula.
Nas redes sociais, até membros de partidos aliados, como o PP, do presidente da Câmara Arthur Lira, questionam a permanência de Almeida, acusado de assédio, no Ministério dos Direitos Humanos.