O artista é um dos alvos da Operação Integration, que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo influenciadores digitais e casas de apostas online, as “bets”. A ordem de prisão foi dada na segunda-feira (23) pela 12ª Vara Criminal do Recife.
Publicado 24 de setembro de 2024 às 16:28
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) revogou a prisão preventiva do cantor Gusttavo Lima. A decisão foi tomada na tarde desta terça-feira (24) pelo desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, que é o relator do caso e foi exatamente quem determinou a prisão na segunda-feira (23).
O artista é um dos alvos da Operação Integration, que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo influenciadores digitais e casas de apostas online, as “bets”. A ordem de prisão foi dada na segunda-feira (23) pela 12ª Vara Criminal do Recife.
O cantor Gusttavo Lima é suspeito de auxiliar o empresário José André da Rocha Neto a fugir da polícia após ter tido prisão preventiva decretada na Operação Integration, que investiga jogos ilegais e lavagem de dinheiro por meio de casas de apostas (as bets, que são regulares).
Procurado pela Polícia Civil de Pernambuco, Rocha Neto é dono das bets Vai de Bet e Pix365 e da holding JMJ Participações – as últimas duas são investigadas na operação que foi deflagrada em 4 de setembro. Na época, o empresário estava na Grécia com Gusttavo Lima.
A defesa do artista diz que ele é inocente. Diz também que a decisão é injusta e os fatos serão esclarecidos e combatidos juridicamente (leia mais abaixo). O Estadão não localizou a defesa de José André da Rocha Neto.
O inquérito policial que levou à decretação da prisão do sertanejo afirma que ele deu “guarida (abrigo) a foragidos”, se referindo Rocha Neto e sua esposa, Aislla Rocha. Diz também que “sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas”.
“A conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado”, diz.
O documento ressalta a proximidade de Lima com o casal. Os três foram juntos, em um avião do cantor, para a Europa. Na ida, a aeronave transportou os investigados seguindo o trajeto Goiânia – Atenas – Cavala (ambas cidades na Grécia). Já na volta, o percurso foi Cavala – Atenas – Ilhas Canárias – Goiânia.
“Curiosamente, José André e Aislla não estavam a bordo, o que indica de maneira contundente que optaram por permanecer na Europa para evitar a Justiça” afirmou a autoridade policial no documento, sugerindo que eles possam ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias (comunidade autônoma espanhola).
“Esses indícios reforçam a gravidade da situação e a necessidade de uma investigação minuciosa, evidenciando que a conivência de Nivaldo Batista Lima (nome de batismo de Gusttavo Lima) com foragidos não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade”, acrescenta.
Outro laço entre Lima e Rocha Neto é a venda do avião no nome do sertanejo para a empresa JMJ Participações. Segundo a polícia, a transação foi de R$ 22 milhões. Outros valores também estariam guardados no cofre da empresa do cantor referentes a jogos ilegais comandados pelas bets.
A defesa do cantor Gusttavo Lima afirma que “as medidas cabíveis” sobre o pedido de prisão preventiva já estão sendo adotadas. “Ressaltamos que é uma decisão totalmente contrária aos fatos já esclarecidos pela defesa do cantor e que não serão medidos esforços para combater juridicamente uma decisão injusta e sem fundamentos legais”, diz.
“A inocência do artista será devidamente demonstrada, pois acreditamos na justiça brasileira. O cantor Gusttavo Lima jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso País e não há qualquer envolvimento dele ou de suas empresas com o objeto da operação deflagrada pela Polícia Pernambucana”, declara.
Veja a decisão que decretou a prisão de Gusttavo Lima: