Carla Zambelli - Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
A Interpol incluiu nesta quinta-feira (05) o nome da deputada Carla Zambelli (PL-SP) na lista de difusão vermelha. A inclusão atende a um pedido da Polícia Federal, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida acontece após Zambelli deixar o país.
A saída ocorreu dias depois de ela ser condenada a 10 anos de prisão. A condenação foi por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Também foi condenada pela inserção de documentos falsos, incluindo um mandado de prisão falso contra o próprio Moraes no Banco Nacional de Mandados de Prisão. Zambelli deixou o país pela fronteira com a Argentina, na região de Foz do Iguaçu. Na manhã de quarta-feira (4), a parlamentar estava na Flórida, nos Estados Unidos, segundo sua assessoria.
Prisão Preventiva e Reação
Ainda na quarta-feira, o ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele determinou a prisão preventiva de Zambelli. Em nota, a deputada questionou o fato de Moraes ter decidido de forma “monocrática”, ou seja, individualmente, sem levar o caso ao plenário.
“Denunciarei esse abuso, essa perseguição e essa escalada autoritária em todos os fóruns internacionais possíveis”, afirmou Zambelli no comunicado. “O mundo precisa saber que, no Brasil, ministros do Supremo agem como imperadores, atropelando leis, calando vozes, destruindo famílias. Essa perseguição política está apenas começando a ser exposta”, prosseguiu a parlamentar.
Passaporte e Mandato
Em agosto de 2023, a deputada chegou a ter o passaporte apreendido por determinação de Moraes. A apreensão ocorreu no contexto das investigações que levaram à sua condenação. Posteriormente, o passaporte foi devolvido, permitindo que Zambelli deixasse o país.
Com a condenação pela invasão aos sistemas do CNJ, Zambelli deve perder o mandato. Ela também deve ficar inelegível por oito anos. A inelegibilidade não depende do trânsito em julgado da condenação e passa a valer a partir da publicação da decisão. A contagem desse período, no entanto, começará após o cumprimento da pena. Na prática, isso pode deixar a deputada pelo menos 18 anos longe da vida pública. Zambelli ainda pode apresentar recursos contra a condenação.
Receba notícias em primeira mão pelo Whatsapp
Assine nosso canal no Telegram
Siga o NOVO no Instagram
Siga o NOVO no Twitter
Acompanhe o NOVO no Facebook
Acompanhe o NOVO Notícias no Google Notícias