Exportações Navio Barco Embarcação Porto

Exportações - Porto de Natal - Foto: Codern

Cotidiano

Mercado Exportações do RN para os EUA caem 73% após tarifaço de Trump

Em agosto, o Rio Grande do Norte vendeu US$ 1,6 milhão ao mercado americano; setor pesqueiro foi o mais afetado

por: NOVO Notícias

Publicado 5 de setembro de 2025 às 12:19

As exportações do Rio Grande do Norte para os Estados Unidos caíram 73% em agosto, após a adoção de tarifas de 50% pelo governo norte-americano, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (Mdic). Entre os 47 produtos exportados pelo estado, apenas o óleo combustível ficou fora da taxação de 50% determinada pelo presidente Donald Trump em julho passado.

Em agosto, o Rio Grande do Norte vendeu US$ 1,6 milhão ao mercado americano, o que representou 932 toneladas em produtos vendidos. No mês anterior, o volume exportado foi de 6 mil toneladas, totalizando US$ 6 milhões.

O setor pesqueiro foi um dos mais afetados. A venda de atum caiu 38%. Em agosto, o estado exportou 23 toneladas do pescado, que geraram receita de US$ 180 mil. No mês anterior, haviam sido 28 toneladas, com receita de US$ 291 mil.

Este foi o primeiro mês de vigência do tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump aos produtos do Brasil. Os 50% são uma soma de uma tarifa adicional de 40% aos 10% anunciados em abril a título de “tarifas recíprocas”.

De janeiro a agosto de 2025, as exportações do Rio Grande do Norte para os Estados Unidos totalizaram US$ 75 milhões. Em 2024, no mesmo período, as exportações somaram US$ 37,4 milhões.

Apesar do cenário negativo, alguns mercados tiveram crescimento significativo. As exportações do Rio Grande do Norte para o Reino Unido quintuplicaram em agosto, e as vendas para Taiwan também cresceram expressivamente. A abertura de comércio com a Tailândia resultou em US$ 2,2 milhões exportados no mês, marcando a entrada do estado em um novo mercado.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou uma missão empresarial em Washington para discutir os impactos do tarifaço. A comitiva foi liderada pelo presidente da CNI, Ricardo Alban, e contou com a participação do presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Roberto Serquiz.

Segundo Serquiz, a agenda incluiu reuniões com autoridades do governo norte-americano, parlamentares, a Embaixada brasileira e a US Chamber. Os diálogos trataram especialmente dos impactos sobre as indústrias de sal e pesca do estado. O dirigente afirmou que os encontros foram promissores e que a indústria brasileira continuará em negociação permanente para tentar reduzir as barreiras comerciais.

Tags