O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias Charles Sholl/Brazil Photo Press

Os documentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre os eventos ocorridos em 8 de janeiro ganham destaque na CPI dos ataques às sedes dos Três Poderes. Esses relatórios prometem trazer informações reveladoras que podem incendiar as investigações. Entregues ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, os documentos foram apresentados aos parlamentares da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional.

Essa documentação é composta por dois relatórios da Abin, sendo que a comparação entre eles revela uma ação suspeita do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do ex-presidente Lula. Sob o comando do general Gonçalves Dias, o GSI teria adulterado o primeiro relatório de inteligência enviado ao Congresso. Através dessa manipulação, foram suprimidos do documento os registros que mencionavam que o general havia sido informado, por mensagens em seu celular, sobre os crescentes riscos de tumulto e invasão de prédios públicos.

Segundo a jornalista Malu Gaspar, do Jornal O GLOBO, essas informações foram confirmadas por parlamentares que tiveram acesso aos documentos durante uma sessão secreta da CCAI. Durante a análise dos relatórios, os parlamentares observaram que o primeiro documento, assinado pelo diretor-adjunto de Gê Dias, Saulo Moura da Cunha, não continha os onze alertas recebidos pelo ministro em seu telefone celular entre os dias 6 e 8 de janeiro. No entanto, uma segunda versão do documento, enviada pela Abin em 8 de maio, já com o GSI sob o comando do general Marco Antonio Amaro dos Santos, inclui esses alertas.

*Com informações do Jornal O GLOBO