Em artigo publicado no Washington Post, presidente Lula defende que ara evitar outros 8 de janeiro é preciso tratar outros pro. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Em artigo publicado no Washington Post, presidente Lula defende que ara evitar outros 8 de janeiro é preciso tratar outros pro. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou um artigo no jornal The Washington Post para marcar o um ano do 8 de janeiro, quando o Brasil foi alvo de uma tentativa de golpe de Estado promovida por milhares de pessoas que invadiram e depredaram os prédios do prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF). 

Sob o título “Brasil frustrou uma tentativa de golpe. Aqui estão nossas lições para o mundo”, o presidente defende que “A tentativa de golpe foi o ápice de um longo processo promovido por líderes políticos extremistas para desacreditar a democracia em benefício próprio.”

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Lula aponta ainda a aprticipaçào das redes sociais nessa escalada da extrema direita: “A erosão da democracia é exacerbada pelo fato de que as fontes de notícias e interações sociais das pessoas são mediadas por aplicativos digitais que foram projetados para lucro, não para a convivência democrática. O modelo de negócios das Big Techs, que prioriza o engajamento e a busca por atenção, promove conteúdo inflamatório e fortalece o discurso extremista, favorecendo forças antidemocráticas que operam em redes coordenadas internacionalmente.””

E chama a atenção para um outro aspecto tecnológico que está em andamento: “É ainda mais preocupante que a inteligência artificial, além de agravar a desinformação, possa promover discriminação, causar desemprego e infringir direitos.” De acordo com o presidente, “outro 6 de janeiro ou 8 de janeiro só pode ser evitado transformando a realidade da desigualdade e do trabalho precário”.

Confira abaixo a íntegra do artigo publicado pelo presidente Lula sobre o 8 de janeiro no Washington Post. A tradução foi feita por meio de inteliGência artificial:

Brasil frustrou uma tentativa de golpe. Aqui estão nossas lições para o mundo

Por Luiz Inácio Lula da Silva

Este 8 de janeiro marca um ano desde que a resiliência da democracia brasileira foi severamente testada. Uma semana após a posse de um governo recém-eleito, grupos extremistas invadiram as sedes dos três poderes da república. Movidos por mentiras e desinformação, quebraram janelas e destruíram objetos históricos e obras de arte enquanto transmitiam suas ações pela internet.

Eles exibiram um desrespeito pela democracia semelhante ao dos invasores do Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021.

Felizmente, essa tentativa de golpe fracassou. A sociedade brasileira rejeitou a invasão e, durante o último ano, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o poder executivo dedicaram esforços para esclarecer os fatos e responsabilizar os invasores.

A tentativa de golpe foi o ápice de um longo processo promovido por líderes políticos extremistas para desacreditar a democracia em benefício próprio. O sistema eleitoral brasileiro, internacionalmente reconhecido por sua integridade, foi questionado por aqueles que foram eleitos usando o mesmo sistema. Sem provas, reclamaram da urna eletrônica brasileira, assim como negadores de eleições nos Estados Unidos reclamaram sobre a votação por correio. O objetivo dessas falsas reclamações era desqualificar a democracia para perpetuar o poder de forma autocrática.

Mas a democracia brasileira prevaleceu — e emergiu mais forte.

Desde meu retorno à presidência após 12 anos, a unidade do país e a reconstrução de políticas públicas bem-sucedidas têm sido objetivos da minha administração. Um governo que melhora vidas é a melhor resposta que temos aos extremistas que atacam a democracia.

O desmatamento na Amazônia, que estava aumentando sob o governo anterior, caiu 50% em 2023. Retomamos políticas de combate à pobreza como o Bolsa Família, que garante renda para mães que mantêm seus filhos vacinados e na escola. Nossa economia cresceu três vezes mais em 2023 do que o previsto pelo Fundo Monetário Internacional, e nos tornamos o segundo maior destino de investimento estrangeiro direto no mundo, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

O Brasil, com seus compromissos democráticos, retornou ao cenário internacional sem a negação das mudanças climáticas e o descaso pela ciência da administração anterior, que custou a vida de centenas de milhares de brasileiros na pandemia de covid-19.

O mundo está vivendo um momento contraditório hoje. Desafios globais exigem compromisso e cooperação entre as nações. Nunca estivemos tão conectados. Ao mesmo tempo, estamos achando cada vez mais difícil dialogar, respeitar diferenças e realizar ações conjuntas.

As sociedades estão sendo tomadas pelo individualismo e as nações estão se distanciando umas das outras, dificultando a promoção da paz e o enfrentamento de problemas complexos: a crise climática; insegurança alimentar e energética; tensões geopolíticas e guerras; o crescimento do discurso de ódio e xenofobia.

Estes são problemas alimentados pela desigualdade generalizada em escala global — entre nações e dentro das nações.

Nas últimas décadas, um modelo de desenvolvimento econômico excludente concentrou renda, gerou frustração, limitou os direitos dos trabalhadores e alimentou a desconfiança nas instituições públicas.

A desigualdade serve como terreno fértil para o extremismo e a polarização política. Quando a democracia falha em prover o bem-estar do povo, os extremistas procuram desacreditar o processo político e promover a descrença nas instituições.

A erosão da democracia é exacerbada pelo fato de que as fontes de notícias e interações sociais das pessoas são mediadas por aplicativos digitais que foram projetados para lucro, não para a convivência democrática. O modelo de negócios das Big Techs, que prioriza o engajamento e a busca por atenção, promove conteúdo inflamatório e fortalece o discurso extremista, favorecendo forças antidemocráticas que operam em redes coordenadas internacionalmente.

É ainda mais preocupante que a inteligência artificial, além de agravar a desinformação, possa promover discriminação, causar desemprego e infringir direitos.

Essas questões tecnológicas, sociais e políticas são integradas. O fortalecimento da democracia depende da capacidade dos Estados não apenas de enfrentar desigualdades estruturais e promover o bem-estar da população, mas também de enfrentar os fatores que alimentam o extremismo violento.

Outro 6 de janeiro ou 8 de janeiro só pode ser evitado transformando a realidade da desigualdade e do trabalho precário. Esta preocupação motivou a parceria para promover trabalho decente que lancei com o presidente Biden em setembro, com apoio da Organização Internacional do Trabalho.

Também precisamos de ações globais para promover a integridade da informação e o desenvolvimento e uso inclusivo e humanístico da inteligência artificial. As Nações Unidas, incluindo a UNESCO, e outras organizações internacionais estão trabalhando para enfrentar esses problemas.

O Brasil assumiu a presidência do Grupo dos 20 no mês passado, e colocamos a luta contra as desigualdades em todas as suas dimensões no centro da nossa agenda sob o lema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”. Espero que líderes políticos possam se reunir no Brasil ao longo deste ano, buscando soluções coletivas para esses desafios que afetam toda a humanidade.

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