COLUNA JEAN VALÉRIO

O Novo Paradigma do Comércio e Varejo no Brasil

Nos últimos meses, uma visão coletiva tem ganhado força no Brasil, sugerindo que os próximos meses podem ser mais promissores do que se previa. Essa crença está fundamentada em uma combinação de fatores que estão estimulando o consumo, o comércio e o varejo. Essa previsão otimista, notavelmente, pode se autorrealizar, tendo o poder de se tornar realidade.

No artigo assinado por Marcos Gouvêa de Souza, fundador e diretor-geral da Gouvêa Ecosystem e do LIDE VAREJO, que estará em Natal nesta terça-feira (15), no Hotel-Escola Barreira Roxa, ele elenca vários elementos que respaldam essa perspectiva positiva. A redução da inflação, especialmente em alimentos, juntamente com a queda nas taxas de juros e o aumento da concessão de crédito às famílias, impulsionam a confiança no cenário econômico. O crescimento da renda real das famílias e a diminuição do desemprego completam esse cenário virtuoso, beneficiando o consumo, o comércio e o varejo de maneira geral.

Uma das maiores virtudes dessa convergência de fatores é o impacto positivo no emprego, principalmente nos setores de comércio e varejo, que juntos empregam 11,3 milhões de funcionários formais no Brasil. Esse número representa 26% do total de empregos formais do país, incluindo o setor de alimentação.

O resultado desse processo de transformação é um cenário de varejo e comércio estruturalmente diferente do passado, denominado por muitos como a era do “Back to the Future”. Isso é uma consequência das mudanças precipitadas pela pandemia e dos ajustes estruturais subsequentes.

O cenário do comércio e varejo no Brasil está passando por uma transformação profunda, impulsionada por uma série de tendências interligadas. Empresas estão enfrentando maior concorrência e aumento de custos, o que está levando a uma busca por maior competitividade e rentabilidade.

A crescente presença dos canais digitais no varejo está impulsionando a busca por soluções e serviços que melhorem a experiência do consumidor, enquanto a conexão direta com os consumidores e a expansão de marcas próprias estão remodelando as estratégias de relacionamento e diversificação das empresas. Além disso, a integração entre indústria e varejo, a reconfiguração dos centros comerciais, a transformação digital e a adoção de IA, bem como as mudanças na geografia do consumo e os desafios na gestão de pessoas, estão moldando o futuro do setor, enquanto a reforma tributária pode influenciar a informalidade e a estrutura econômica do mercado.

Essas tendências estão redesenhando as dinâmicas tradicionais do comércio e varejo, desafiando as empresas a se adaptarem e inovarem para se manterem relevantes em um cenário competitivo e em constante evolução. As estratégias voltadas para aprimorar a experiência do consumidor, explorar novos canais de venda e se ajustar às mudanças nas preferências dos consumidores serão fundamentais para o sucesso e a resiliência das empresas no novo cenário varejista.