O estabelecimento de uma rotina é mais do que um hábito de produtividade, é, também, uma processo de autoconhecimento que, pra mim, particularmente, se tornou a âncora que manteve meus pés no chão, junto à realidade concreta, desde o início da pandemia da Covid-19.

Nos primeiros 18 meses, principalmente, do apocalipse que se instalou em nossas vidas foi ela, a rotina,  que me fez levantar da cama todos os dias para fazer o melhor que podia naquelas condições. O resultado foi a transformação dos dias da semana em dias iguais, como diz a música homônima de Sandy. 

“Dias iguais; Azuis, vermelhos, frios; Dias sem paz; De espera; Diais iguais; São como um rio; Correndo pra trás; Não deságua em nenhum lugar…”

Desde março de 2020 a vida é outra e depois de tanta espera  o rio busca novos caminhos que o levem à próxima foz. Assim sou eu, assim é você, assim somos todos nós na construção e reconstrução de rotinas que nos ajudem a diferenciar os dias e percebê-los a partir das respectivas especificidades. 

Dias, pessoas, sentimentos, vida, mesmo que parecem todos iguais, não o são, assim como o rio que nunca é mesmo, nem corre para trás. Mas perceber isso requer pausa e observação. Por isso, paro por alguns dias para que, longe da rotina e junto aos meus, eu consiga identificar a diferença que tornam os dias tudo, menos iguais. 

Até breve!