Opinião

Assédio Judicial Vice-prefeita de Natal quer calar jornalista

Habyner Lima denunciou, com documentos, nepotismo praticado por Joanna Guerra na Prefeitura do Natal: companheira e pai nomeados em cargos de segundo escalão

por: Foto do autor Daniela Freire

Publicado 8 de outubro de 2025 às 17:40

Jornalista Habyner Lima, que está sofrendo tentativa de silenciamento por parte da vice-prefeita de Natal. FOTO: Cedida

A vice-prefeita de Natal, Joanna Guerra, parece ter incorporado muito do estilo político do seu padrinho, o ex-prefeito Álvaro Dias, responsável pela sua indicação para a chapa do hoje prefeito Paulinho Freire.

O modo “coroné”, tão pulsante no ex-gestor da capital, faz escola com Joanna, que tenta calar o jornalista Habyner Lima utilizando-se do que chamamos de assédio judicial, ou “lawfare”.

Ela está processando o jornalista porque ele divulgou uma informação correta e verdadeira, confirmada com documentos públicos, em um mini vídeo-reportagem, publicado no Instagram, revelando que a namorada e o pai de Joanna foram nomeados em cargos de segundo escalão, o que é proibido pela Súmula 13 do STF, que permite que (apenas) agentes políticos (prefeito e vice) indiquem parentes somente no primeiro escalão da administração.

Em outras palavras, Habyner está sofrendo uma tentativa de silenciamento por denunciar nepotismo na Prefeitura do Natal. A reportagem investigativa divulgada por ele em suas redes sociais expõe as nomeações de familiares da vice-prefeita em cargos comissionados da Prefeitura e a hipocrisia da extrema-direita de uma só vez.

No vídeo, que já ultrapassa 100 mil visualizações, Habyner revela que a namorada da vice-prefeita, Aene Regina Fernandes, ocupa o cargo de chefe da Assessoria Jurídica da Secretaria de Infraestrutura de Natal, e que o pai de Joana, José Lucilo Guerra, chegou a ser nomeado chefe do Setor de Serviços de Drenagem do Município.

De acordo com a defesa de Joana Guerra, pasme, a vice-prefeita não sabia da nomeação do própria pai, feita pela sua própria gestão, comandada por Paulinho Freire. Os advogados dela dizem também que e o relacionamento com Aene não configuraria união estável por ela ser “namorada”.

“Esse processo só evidencia o incômodo que a verdade gera, toda minha equipe jurídica já está trabalhando conforme a legalidade da liberdade de expressão e do papel que o jornalista deve exercer na sociedade”, declarou Habyner.

A vice-prefeita entrou com uma ação judicial pedindo a retirada dos vídeos do Instagram e uma indenização de R$ 30 mil por danos morais.

Habyner vem recebendo uma corrente de apoio e de solidariedade nas redes, de colegas de profissão e de políticos progressistas, como a vereadora Brisa Bracchi.