Segundo a Comissão de Saúde da Câmara, há um “gargalo” entre a regulação automática feita pelo Estado e o contato direto com familiares dos pacientes
Publicado 23 de abril de 2025 às 09:40
O Hospital Infantil Varela Santiago recebeu, nesta terça-feira (22), a visita da Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Câmara Municipal de Natal. A iniciativa partiu dos vereadores da comissão para averiguar o funcionamento do serviço de tomografia, diante da recente polêmica sobre a subutilização do equipamento iniciada pelos vereadores Léo Souza e Samanda Alves.
Durante a visita, o superintendente do hospital, Dr. Paulo Xavier Trindade, concedeu entrevista à imprensa e conversou com os vereadores que compõem a comissão – Camila Araújo (União Brasil), Luciano Nascimento (PSD), Cleiton da Policlínica (PSDB), Herberth Sena (PV) e Cláudio Custódio (PP).
Ao falar à imprensa, o médico confirmou a subutilização do tomógrafo e disse que a média registrada do uso do equipamento vem sendo cerca de 40% inferior à sua capacidade: foram seis exames por dia em fevereiro, sete em março e oito em abril.
Porém, ele também confirmou que o baixo número de tomografias realizadas naquela unidade nada tem a ver com falta de pagamento de recursos por parte da gestão Fátima Bezerra e nem por falta de regulação, mas sim por uma elevada taxa de ausência dos pacientes agendados, o que é atribuído à demora excessiva para marcação dos exames.
De acordo com nota divulgada pelo hospital, esse contato com as famílias é de responsabilidade da Sesap-RN. Mas a Secretaria Estadual de Saúde, por sua vez, garante que está fazendo a sua parte no agendamento, que é automático, através do RegulaRN, um aplicativo desenvolvido pela UFRN durante a pandemia de covid19.
Paulo Xavier agradeceu a visita dos parlamentares e reconheceu a importância do debate provocado nos últimos dias e fez elogios aos vereadores Léo Souza – pela denúncia – e Samanda Alves – por tentar entender o problema e buscar soluções.
“Agradecemos ao vereador Léo Souza por ter visitado nossa unidade, identificado a situação e levado para o plenário, contribuindo para que esse assunto ganhasse a devida atenção. Também agradecemos à vereadora Samanda Alves, que esteve conosco e pôde conferir a realidade do hospital. Nosso compromisso é com a transparência e, sobretudo, com o bem-estar das crianças do nosso estado. O equipamento está aqui, pronto para atender. O que precisamos é de uma regulação eficiente e humanizada, que não deixe nossos pequenos esperando tanto tempo por um exame fundamental para seus tratamentos”, ressaltou Paulo.
A direção do hospital contou ainda que após a denúncia feita pelo vereador Léo Souza em plenário, o Estado chegou a regular de uma vez 57 crianças.
Segundo o vice-presidente da Comissão de Saúde da CMN, vereador Luciano Nascimento, há um “gargalo” entre a regulação automática feita pelo Estado e o contato direto com familiares dos pacientes para a confirmação da marcação dos exames. A comissão informou que vai elaborar um relatório oficial da visita, com ofícios e requerimentos que serão encaminhados à Secretaria de Estado da Saúde Pública, solicitando providências urgentes.
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