Depois de mandar, equivocadamente, ao ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta uma pergunta que deveria ser feita pelos senadores governistas na CPI da Pandemia, o ministro das Comunicações Fábio Faria tentou não perder a pose.

E em tom de revanchismo foi ao seu Instagram oficial e gravou vídeo repetindo o questionamento que deveria ter sido enviado a Ciro Nogueira, com a única narrativa que o Planalto conseguiu encontrar para tentar pressionar o ex-ministro: a de que ele teria orientado de forma errada a população a procurar atendimento hospitalar apenas quando sentisse falta de ar, ignorando os primeiros sintomas da Covid.

“Quero aproveitar que o senhor está sob juramento e tem que falar a verdade. O senhor se arrepende de ter feito essa recomendação? O senhor se considera genocida por ter feito essa recomendação?”, disse Fábio.

Como ministro das Comunicações, Fábio Faria deveria saber que essa narrativa criada e repetida pelo presidente Bolsonaro e pelo bolsonarismo não duraria alguns segundos na CPI. Afinal de contas, esse tipo de orientação vinha, na verdade, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e era, naquele momento, repetida aqui por Mandetta, que tinha obrigação – como qualquer ministro da Saúde – de seguir as recomendações da OMS no combate ao novo coronavirus.

Se seguir nesse ritmo, ao final da CPI da Covid os senadores aliados a Bolsonaro e o próprio presidente terão sido atropelados por um caminhão.