A deputada federal do RN Natália Bonavides acionou o Supremo Tribunal Federal para que o ministro da Defesa Walter Braga Netto seja investigado por crime de responsabilidade. Bonavides considera que as ameaças contra as eleições feitas por ele são “verdadeiros crimes contra a democracia e não podem ficar impunes”.

Para quem não entendeu, o blog explica: o jornal O Estado de S. Paulo informou nesta quinta-feira que Braga Netto teria ameaçado as eleições de 2022 e condicionado a realização do pleito à aprovação do voto impresso, imitando o chefe Jair Bolsonaro. Segundo a reportagem, a mensagem foi levada ao presidente da Câmara, Arthur Lira.

De acordo com a publicação, o ministro deu o aviso no dia 8 de julho e pediu para comunicar a quem interessasse que não haveria eleições em 2022 sem voto impresso, sob testemunha dos chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

Braga Netto negou que tenha ameaçado as instituições democráticas e disse que tudo não passou de uma “invenção”. Mas a notícia teve enorme repercussão negativa no meio político e jurídico. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, por exemplo, lembrou que o país tem uma Constituição em vigor.

Os presidentes do PSDB, DEM, MDB, Solidariedade e PSD tambem se movimentaram contra as supostas declarações do ministro da Defesa e articulam com mais afinco a derrubada da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, defendida pelo governo. O movimento já existia há algumas semanas, mas agora ganhou impulso, após a ameaça de Braga Netto.