“Pode-se até chamar de faz-de-conta uma CPI que de cara se recusa a investigar o início das fraudes e a maior parte do tempo em que elas ocorreram”, afirmam os deputados
Publicado 6 de maio de 2025 às 18:12
“Queremos que tudo seja investigado, mas a CPI que está sendo articulada quer ignorar que aconteceu entre 2019 e 2022. O que eles querem esconder?”. Essa foi a resposta conjunta que a deputada Natália Bonavides e o deputado Fernando Mineiro, únicos parlamentares da bancada federal do RN que não assinaram a CPI do INSS, deram exclusivamente ao Blog Daniela Freire ao serem questionados sobre o posicionamento adotado por eles.
Eles colocam lupa sobre o conteúdo que está posto no requerimento de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara dos Deputados para investigar o roubo dos aposentados através de descontos irregulares feitos diretamente nas contas dos beneficiários do INSS.
É que o documento, assinado pelo deputado de oposição Coronel Chrisóstomo (PL-RO) mira apenas nos descontos feitos durante o Governo Lula.
Diz o texto: “Somente o Sindnapi, que tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu R$ 77,1 milhões em contribuições em 2024, sendo alvo de suspensão administrativa pela Controladoria Geral da União (CGU) e de investigações criminais. A gravidade das acusações exige uma investigação parlamentar aprofundada para esclarecer a extensão das fraudes, identificar os responsáveis e avaliar o impacto sobre aposentados e pensionistas, que tiveram seus benefícios descontados indevidamente”.
Outro trecho do requerimento, que não delimita tempo e prazo de investigação, afirma: “A proximidade de lideranças sindicais com figuras de alto escalão do governo, como no caso do Sindnapi, reforça a necessidade de transparência e imparcialidade na apuração. Embora o Sindnapi tenha divulgado nota afirmando apoiar as investigações e defender os direitos dos aposentados, a confiança no sistema previdenciário e nas instituições sindicais está abalada”.
Ou seja, foco apenas na atual gestão, quando é fato que, segundo a CGU, o esquema criminoso teve início já no governo Temer e criou robustez na administração Bolsonaro, com envolvimento já detectado do ex-ministro da Previdência Social da gestão passada, Onyx Lorenzoni.
“Os aposentados que tiveram descontos ilegais entre 2019 e 2022 não importam?”, contesta a dupla petista.
Mineiro e Natália também ressaltam que “já está em curso uma investigação séria para acabar com esse esquema de fraude que começou na época de Bolsonaro e permaneceu intacto durante todo o seu governo”.
Eles ainda ressaltam que “o governo Lula, graças à CGU e à PF, está colocando um fim nesse esquema. Quem tem competência e experiência em investigar já está fazendo todo o possível para acabar com esse crime”.
Na avaliação da dupla, “o que a extrema-direita quer é atrapalhar as investigações para conseguir palco”. “Querem fazer um espetáculo para evitar que a investigação séria que já está em curso realmente se aprofunde. Pode-se até chamar de faz-de-conta uma CPI que de cara se recusa a investigar o início das fraudes, e a maior parte do tempo em que elas ocorreram”, disseram.
Mineiro e Natália aproveitaram para declarar “todo apoio à investigação sobre as fraudes do INSS”. “Quem comete crimes contra idosos e pessoas em vulnerabilidade merece punição exemplar”.
Leia o requerimento 👇
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=2896318&filename=Tramitacao-RCP%202/2025
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