Em entrevista concedida agora há pouco ao canal CNN Brasil, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), membro da CPI da Pandemia no Senado, disse que irá pedir, em voto à parte, o indiciamento do diretor executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas, no relatório paralelo que ele apresentará na comissão.

Segundo o parlamentar, o pedido será feito com base em dados obtidos através de documentos que estão sendo analisados pela CPI da Covid na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte e que foram compartilhados com o parlamentar. “A CPI no RN está fazendo o que essa não teve coragem de fazer”, avaliou Girão.

O presidente da comissão potiguar, deputado Kelps Lima, já contou que alguns membros da CPI do RN, incluindo ele e relator, deputado Francisco do PT, têm ‘em mãos’ documentos sigilosos a respeito dos contratos feitos pelo Consórcio Nordeste com a empresa Hempcare, para a compra de respiradores – fato que gerou um prejuízo de cerca de R$ 5 milhões só para o RN.

E Kelps tem dito à imprensa (local e nacional) que o conteúdo ao qual teve acesso é “escandaloso”, chegando a garantir que mais de 50% do valor pago pelos respiradores pelo consórcio foram de propina. Em tempo: a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de Carlos Gabas foi aprovado por unanimidade na CPI da Covid potiguar.

Os senadores da CPI do Senado decidem nesta segunda se vão adicionar novos pedidos de indiciamento ao relatório final, que será votado nesta terça. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) protocolou um adendo ao documento requisitando a inclusão do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e do ex-secretário estadual de Saúde Marcellus Campêlo à lista de investigados. Lima classificou o pedido como um ataque eleitoral.