Presidente da Sobed/RN, Cintia Morais Lima dos Santos Latorre – Foto: Divulgação

O câncer de intestino ou câncer colorretal (CCR) é o segundo que mais mata mulheres e o terceiro nos homens no Brasil, atingindo mais de 40 mil brasileiros por ano. Os dados preocupam, uma vez que a chance de uma pessoa desenvolver a doença já é da ordem de 4,3% e 85% dos casos são diagnosticados em fase avançada, quando a chance de cura é menor. A Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), a Sociedade Brasileira de Cirurgia Coloproctologia (SBCP) e a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) unem esforços para alertar os brasileiros para o diagnóstico e o tratamento precoces através do Março Azul.

Diante disso, o Hospital Gastroprocto, com atuação há duas décadas no Rio Grande do Norte, se une, mais uma vez, à campanha nacional e regional, através da SOBED/RN. A unidade hospitalar realiza uma programação diversificada, com ações, como: iluminação do hospital de azul, entrega de cartilhas e banners informativos, materiais publicitários nas redes sociais, entre outros. Segundo a direção geral, ano a ano a campanha está no foco de suas ações, diante da responsabilidade social de colaborar com a difusão de informações que combatam uma das neoplasias que mais mata no Brasil, com a triste expectativa de elevação de taxas de morbidade e mortalidade nos próximos anos.

Presidente da Sobed/RN, Cintia Morais Lima dos Santos Latorre, enaltece a participação dos profissionais e clinicas e hospitais para fortalecer a campanha de conscientização. Ela observa aos cidadãos que a melhor forma de prevenir é adotar uma dieta rica em fibras, com produtos de origem vegetal, pobre em gordura saturada e diminuir ingestão de carnes vermelhas. Cintia aponta também para a necessidade de detecção precoce de lesões pré-malignas, os adenomas, através do rastreamento. O diagnóstico pode ser feito pela pesquisa de sangue oculto nas fezes e por colonoscopia. “Exames preventivos são importantes para reduzir a mortalidade. A chance de cura de um paciente com diagnóstico precoce, antes do desenvolvimento do câncer, é de 80%. Poucos sabem, mas a maioria dos casos já podem ser prevenidos a partir dos 45 anos”, destaca.

MARÇO AZUL

A campanha tem por objetivo alertar a população sobre a conscientização da prevenção a este tipo de neoplasia maligna, que engloba os tumores surgidos na parte do intestino grosso chamada cólon e reto (localizada no final do intestino, antes do ânus) e no ânus. Os principais fatores são: idade acima de 50 anos; história familiar de câncer de intestino; sedentarismo, sobrepeso, dieta pobre em fibras, com ingestão excessiva de carnes vermelhas e processadas (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, salame, bacon, peito de peru); exposição à radiação, ao tabagismo e ao alcoolismo.

Já os principais sintomas dependem da localização do câncer. No colo direito, os mais frequentes são diarreia, anemia e massa palpável. Já do colo esquerdo, é a constipação intestinal e obstrução intestinal. No reto, os sintomas são sensação de evacuar, muco e fezes em fitas. Porém, vale a ressalva: a incidência de câncer com evolução assintomática ou com sintomas raros é o grande obstáculo para o diagnóstico precoce.

Recomenda-se que indivíduos de baixo risco, a partir de 45 anos, realizem, anualmente, a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Já pessoas com histórico familiar ou outros fatores de risco para pólipos ou câncer, como doença inflamatória do intestino, devem conversar com seus médicos para estabelecer o início dos exames de rastreamento mais precocemente ou realizá-los com mais frequência. Presume-se que a pesquisa de sangue oculto, quando realizada anualmente, reduz a mortalidade por câncer do intestino em 15% a 33%, representando um ganho de vida similar ao observado no rastreamento com colonoscopia a cada dez anos.