Planejamento financeiro é apontado como essencial para começar 2026 no azul

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Finanças Planejamento financeiro é apontado como essencial para começar 2026 no azul

Consultores destacam a importância de mapear os gastos, renegociar dívidas e de criar novos hábitos financeiros ainda em dezembro

por: NOVO Notícias

Publicado 1 de dezembro de 2025 às 14:45

Com 2026 se aproximando e com o 13º salário no bolso, muitos potiguares buscam iniciar o ano com o orçamento em ordem. Especialistas afirmam que, para transformar essa intenção em prática, é necessário revisar gastos e adotar novos hábitos financeiros desde já.

Segundo Anna Karenina Dantas, diretora da DPi, consultoria especializada em soluções trabalhistas e previdenciárias, o fim do ano costuma revelar que o planejamento feito em janeiro não saiu do papel. Ela afirma que a sensação de que o dinheiro não rendeu é comum. “Essa é a realidade de milhões de trabalhadores brasileiros, e não tem nada de vergonhoso nisso. O importante é transformar essa percepção em ponto de virada”, afirma.

Para Anna, o primeiro passo é organizar o orçamento. “Começar 2026 com mais equilíbrio financeiro não passa por soluções mágicas, mas por decisões práticas e consistentes. O primeiro passo, já em janeiro, é colocar tudo no papel: renda, despesas fixas, gastos variáveis e dívidas”, explica. Ela reforça que muitas pessoas evitam esse levantamento por receio do que vão encontrar. “Enxergar a própria realidade é libertador. É só a partir daí que conseguimos decidir o que pode ser cortado ou reduzido.”

A especialista recomenda dividir o orçamento em três blocos: itens essenciais, gastos ajustáveis e dívidas. Sobre os débitos, ela orienta renegociar parcelas, buscar juros menores e manter um valor fixo mensal. Anna destaca ainda a importância de iniciar uma reserva financeira, mesmo que de forma modesta.

“Separar qualquer quantia fixa, mesmo R$ 20 ou R$ 30 por semana, cria o hábito e dá segurança ao longo dos meses. A regularidade importa mais do que o valor.”

Outro ponto de atenção é o impacto dos gastos típicos de janeiro, como impostos e matrículas escolares. Para quem não conseguiu se antecipar em dezembro, janeiro ainda é um momento para organizar prazos e evitar surpresas.

“Cada pequeno ajuste, como por exemplo negociar uma conta, reduzir um gasto ou criar uma rotina de controle, ajuda a construir um 2026 mais leve. E, se for preciso, buscar orientação profissional. Equilíbrio financeiro não é sobre ganhar muito, é sobre usar melhor aquilo que você tem hoje”, explica a especialista.

Para o educador financeiro do Sicoob, Eduardo Trigueiro, ainda há tempo para fazer mudanças relevantes.

“O período de fim de ano é o momento ideal para reavaliar prioridades, reorganizar o orçamento e traçar novos objetivos. Planejar agora é o primeiro passo para fazer diferente em 2026”, afirma.

Trigueiro reforça que conhecer a própria situação financeira é essencial. “Colocar na ponta do lápis quanto se ganha, quanto se gasta e onde o dinheiro tem sido usado permite identificar excessos e ajustar hábitos”, explica. Para ele, anotações simples já ajudam a visualizar oportunidades de economia e a definir metas claras, como quitar dívidas ou iniciar uma reserva.

O educador observa que atitudes adotadas ainda em dezembro podem evitar o endividamento. Planejar despesas com festas, presentes e férias reduz impactos nas contas do início do ano. Ele sugere também reservar parte do 13º salário para objetivos futuros. “Outra dica é reservar uma parte do 13º salário para formar uma poupança ou garantir segurança diante de imprevistos”, diz.

Em 2025, o pagamento do 13º salário deve movimentar significativamente a economia do Rio Grande do Norte neste fim de ano. Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estima que cerca de R$ 3,6 bilhões sejam injetados no estado. O estudo aponta que a média do valor do benefício por trabalhador é de aproximadamente R$ 2,4 mil.

Para ele, o mais importante é entender que organização financeira amplia autonomia. “O planejamento financeiro é uma ferramenta de liberdade e realização. Quando o cooperado se organiza, ele conquista mais autonomia e tranquilidade para aproveitar as oportunidades do novo ano”, conclui Eduardo Trigueiro.

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