Coronel Azevedo (PL) - Foto: ALRN

Cotidiano

Memória Crítico da gestão de segurança pública, Coronel Azevedo comandou a PM no ano mais violento da história do RN

Parlamentar esteve à frente da Polícia Militar em 2017, ano com 2.203 assassinatos e a rebelião de Alcaçuz. Desde então, estado reduziu em 57% os índices de mortes violentas

por: NOVO Notícias

Publicado 5 de novembro de 2025 às 13:04

O deputado estadual Coronel Azevedo (PL) criticou esta semana, durante entrevista para a rádio 98FM, a condução da política de segurança pelo governo federal, afirmando que há falta de combatividade contra o crime. No entanto, o parlamentar foi comandante da Polícia Militar do RN entre dezembro de 2016 e agosto de 2017, período marcado pela rebelião de Alcaçuz, em que 26 detentos morreram, e pelo pior registro de mortes violentas em todo o Rio Grande do Norte, quando 2.203 pessoas foram assassinadas.

O ano de 2017 também foi marcado pela greve da Polícia Militar, que paralisou o policiamento por 23 dias. Na época, o estado enfrentou a pior crise de segurança da década. Segundo dados oficiais, o Rio Grande do Norte registrou o equivalente a 62,8 homicídios por 100 mil habitantes. Além disso, 18 policiais militares foram mortos.

Azevedo pediu exoneração do comando da PM em agosto de 2017. Alguns meses depois, os policiais militares deflagraram greve. Como consequência, o governo estadual decretou calamidade na segurança pública, e o governo federal enviou 2,8 mil militares das Forças Armadas para reforçar o patrulhamento nas ruas.

O Rio Grande do Norte viveu, no dia 29 de dezembro de 2017, o dia mais violento durante o aquartelamento de policiais militares. Segundo dados oficiais, 15 corpos deram entrada no Departamento de Medicina Legal vítimas de disparos de arma de fogo.

Em 2024, para efeito de comparação, o estado registrou 955 mortes violentas, o que representa 26,4 homicídios por 100 mil habitantes, além de apenas um policial militar morto no exercício da função. Os números refletem uma redução de 57% nas mortes violentas em sete anos, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (Sesed).

Especialistas apontam que o resultado está relacionado às políticas públicas do governo estadual de integração entre as forças policiais, além de um amplo processo de reestruturação das forças policiais, com a realização de concursos públicos, entrega de viaturas, aquisição de equipamentos e reajustes salariais. Desde 2019, o governo estadual também ampliou os investimentos em tecnologia e inteligência, com a criação de centros integrados de comando e controle.

Atualmente, o Rio Grande do Norte mantém uma das menores taxas de homicídios do Nordeste, atrás apenas de estados como Pernambuco e Ceará, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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