Universitário - Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília
Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira mostram o registro de 90.560 matrículas em 2024, contra 91.334 em 2023; Direito é o curso com maior número de novos ingressantes
Publicado 29 de setembro de 2025 às 15:30
Após três anos consecutivos de alta, o número de matrículas no ensino superior do Rio Grande do Norte apresentou uma leve retração. Em 2024, o estado registrou 90.560 estudantes matriculados, uma redução de 0,8% em comparação com os 91.334 de 2023. Os números revelados esta semana pelo Censo da Educação Superior 2024, elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), indicam que a queda foi puxada principalmente pela rede pública federal, que encolheu pelo terceiro ano consecutivo.
A análise aponta que, entre 2010 e 2015, o estado viveu uma fase de forte expansão de matrículas, saltando de 87 mil para 112 mil — o maior registro da série histórica —, impulsionado principalmente pela rede privada. No entanto, a partir de 2015, o número de alunos caiu gradativamente até alcançar, em 2021, 87 mil matrículas. A queda foi causada pelo colapso do setor privado, que perdeu mais de 40% de seus alunos no período, saindo de 50,7 mil para 29,7 mil, puxado por crises econômicas do setor, impactos da pandemia de Covid-19 e mudanças no Fies.
Em 2024, as instituições públicas federais se consolidaram na liderança de matrículas, com 45,7 mil alunos, contra 29,8 mil das instituições privadas com fins lucrativos. Contudo, as matrículas nas federais seguem caindo desde 2022. Naquele ano, foram 47,2 mil, contra os 46,2 mil de 2023 e os 45,7 mil de 2024. Já as privadas, após quedas consecutivas, apresentam oscilação positiva, passando de 28,1 mil em 2022 para 29,8 mil em 2024.
Outro fator que explica a redução de matrículas gerais é a queda na procura por cursos de licenciatura. A retração foi de 5,5% em 2024, quando se registrou 15.292 estudantes. A queda ocorreu um ano após o setor ter apresentado sua maior alta na série histórica, com um crescimento de 8,5% em 2023. Os dados mostram cenário de instabilidade na procura por cursos de formação de professores na última década.
Em 2024, entre os 10 cursos que mais atraíram alunos, o de Direito lidera isoladamente, com 3.316 ingressantes. A segunda posição é ocupada por Psicologia, com 1.810 ingressantes. Enfermagem aparece em terceiro lugar, com 1.384 novos estudantes. Ainda segundo o Censo da Educação Superior, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a principal porta de entrada em uma gradução no Rio Grande do Norte, respondendo por 48,2% dos ingressantes.
A área da saúde demonstra atrair maior interesse entre os universitários potiguares. Além de Psicologia e Enfermagem no pódio, outros três cursos do setor figuram entre os mais populares. Fisioterapia ocupa a oitava posição, com 773 ingressantes. Farmácia está em nono lugar, com 748, e Medicina Veterinária fecha a lista na décima posição, com 726 novos alunos.
O Brasil, segundo o Inep, atingiu, pela primeira vez, a marca de 10.227.226 estudantes no ensino superior, em 2024. O número é 2,5% maior que o registrado em 2023 (9,97 milhões de matrículas).
Entre 2014 e 2024, as matrículas na educação superior aumentaram 30,5%. Do total de matrículas, 5,01 milhões ingressaram no ensino superior no ano passado.
O levantamento mostra que as matrículas em educação a distância (EaD) são mais da metade (50,7%) do total de inscritos na graduação e tiveram um aumento de 5,6% entre 2023 e 2024, enquanto o número de matrículas em cursos presenciais diminuiu 0,5% no mesmo período.
Para o presidente do Inep, Manuel Palacios, a expansão da educação a distância, por meio de novas tecnologias, permitiu que uma parte da população tivesse acesso ao ensino superior, em especial os cidadãos que trabalham durante o dia.
Manuel Palacios disse ainda que a recente regulamentação que prevê três formatos de cursos superiores – presenciais, semipresenciais e a distância – em diferentes áreas deverá descentralizar a educação superior nos próximos anos. “Eu acredito que vamos conhecer polos com mais recursos e mais infraestrutura para atender os estudantes da educação superior”, prevê.
Em 2024, a matrícula na modalidade EaD estava presente em 3.387 municípios brasileiros (61%), por meio de campi das instituições de ensino superior ou de polos, uma alta de 97%, se comparado com o ano de 2014.
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