Presidente Donald Trump - Daniel Torok/Official White House
Documento enviado ao presidente americano classifica a medida como “abuso de poder”, alerta para prejuízos à economia e critica a intervenção no processo contra o ex-presidente brasileiro
Publicado 25 de julho de 2025 às 23:37
Um grupo de 11 senadores do Partido Democrata dos Estados Unidos enviou uma carta ao presidente Donald Trump nesta sexta-feira (25) pedindo o fim da tarifa sobre produtos brasileiros. A iniciativa foi liderada por Jeanne Shaheen e Tim Kaine, ambos membros da Comissão de Relações Exteriores do Senado.
No documento, os senadores expressam “preocupações significativas sobre o claro abuso de poder” na ameaça de uma guerra comercial. As tarifas, que preveem uma cobrança de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os EUA, devem entrar em vigor no dia 1º de agosto.
Segundo os parlamentares, as ações aumentarão os custos para famílias e empresas americanas. Eles destacam que o comércio com o Brasil sustenta quase 130 mil empregos nos Estados Unidos, que estariam em risco. O texto também aponta que o Brasil prometeu retaliar, o que prejudicaria os exportadores americanos.
A carta menciona ainda que uma guerra comercial com o Brasil aproximaria o país da China, em um momento em que os EUA precisam combater a influência chinesa na América Latina. Os senadores citam investimentos de empresas estatais chinesas em projetos de portos e ferrovias no Brasil.
Outro ponto duramente criticado na carta é a interferência do governo americano no sistema judicial brasileiro para interromper o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Os democratas afirmam que usar o peso da economia americana para interferir em nome de um amigo é um “grave abuso de poder” e estabelece um “precedente perigoso”.
O documento também repudia as sanções de visto aplicadas contra autoridades do Judiciário brasileiro envolvidas no caso. “Pedimos que reconsidere suas ações e priorize os interesses econômicos dos americanos, que desejam previsibilidade — e não outra guerra comercial”, conclui a carta.
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