A suspeita inicial é que a intoxicação alimentar em Natal teria sido causada por toxina presente em peixes. Foto: Reprodução

A suspeita inicial é que a intoxicação alimentar em Natal teria sido causada por toxina presente em peixes. Foto: Reprodução

Cotidiano

Ciguatera Vigilância Sanitária segue com investigação sobre intoxicação em restaurante de Natal

Ciguatera é a toxina suspeita de causar a intoxicação em 13 pessoas que ingeriram peixe durante evento em restaurante de Natal

por: NOVO Notícias

Publicado 12 de maio de 2025 às 14:13

Ciguatera. Esse é o nome de uma doença causada pela ingestão acumulada de uma toxina produzida por uma alga da qual os peixes carnívoros se alimentam. Ela ficou conhecida e passou a ser investigada no Rio Grande do Norte, após 13 pessoas apresentarem sintomas da doença ao passarem mal durante evento em restaurante de Natal depois de ingerir peixe dourado. O caso passou a ser conhecido quando o portal NOVO Notícias publicou na quinta-feira a história de um grupo de médicos que passou mal em um jantar na capital. Do grupo, duas médicas chegaram a ficar internadas em observação em UTI.

A Secretaria Municipal de Saúde de Natal, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), segue investigando o caso. Na última quarta-feira (7), equipes do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) e da Vigilância Sanitária (VISA Natal) estiveram no restaurante para coletar amostras de alimentos, que foram encaminhadas para análise no Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (LACEN). Até o momento, o departamento conseguiu contatar 34 das 35 pessoas que participaram do evento. Dessas, 13 relataram sintomas de intoxicação, e três precisaram ser hospitalizadas – todas já estão em estado estável e recebendo acompanhamento médico.

O Departamento de Vigilância em Saúde também confirmou que a suspeita é de que a intoxicação seja causada pela ciguatoxina, toxina produzida por uma alga comum em águas de pesca tropicais e subtropicais.

O médico infectologista Igor Thiago Queiroz explicou que a doença pode se manifestar a partir das primeiras horas depois da ingestão do peixe, e geralmente de peixes carnívoros maiores, como garoupa, cavala, entre outros. “A ciguatera pode provocar sintomas gastrointestinais como diarreia, mal-estar, dor abdominal a sintomas neurológicos como: parestesias, que são sensações anormais na pele e no paladar, além de dor de cabeça”, explicou Queiroz.

O infectologista explicou ainda que não há como saber se o peixe está contaminado ou não. “Não tem cheiro, não tem odor, não altera o paladar e muitas vezes essa toxina não é eliminada por cozimento ou congelamento, então, o ideal seria realmente evitar o consumo desses peixes marinhos”.

De acordo com o diretor do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS) de Natal, José Antônio de Moura, não há recomendação para não comer peixes. A Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap-RN) informou que a responsabilidade pela condução da investigação é do município e que, por parte da Sesap, não foi emitida nenhuma recomendação no sentido de não ingestão de peixes.

No dia 15 de abril, a Sesap divulgou uma nota informativa divulgando que, em decorrência do período tradicional da Semana Santa, quando a população costuma consumir uma maior quantidade de pescados/crustáceos, o órgão decidiu emitir o informativo para sensibilizar os serviços e profissionais de saúde para ficarem atentos às intoxicações associadas ao consumo de pescados contaminados por toxinas, dentre elas a ciguatera.

A informação foi reforçada no estado, visto que o Rio Grande do Norte está geograficamente localizado no litoral costeiro, naturalmente a população costuma consumir pescados com maior frequência. Com relação à ciguatera, a magnitude da doença no Brasil ainda é pouco conhecida, entretanto há relatos de casos descritos no estado de Pernambuco (PE), especificamente a partir do ano de 2022.

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