O prefeito de Natal, Paulinho Freire (União Brasil), acompanhou o início do levantamento no local. Foto: Secom Natal
A implantação da Via Mangue, considerada uma obra estratégica para a mobilidade urbana e o desenvolvimento sustentável de Natal, entrou oficialmente na fase técnica na quinta-feira (18), com o início do levantamento topográfico. A etapa marcou o começo efetivo do projeto que prevê a construção de uma nova via margeando o Rio Potengi, interligando as pontes de Igapó e Newton Navarro, na Zona Norte.
O trabalho inicial consiste no mapeamento detalhado do terreno onde a via deve ser implantada. O estudo identifica características físicas, ambientais e urbanísticas da área, como relevo, limites naturais, ocupações existentes e interferências, servindo de base para todas as definições técnicas da obra.
O início da atividade ocorreu na comunidade Beira Rio, em área próxima à Ponte de Igapó, ponto considerado simbólico do projeto. O local marca o começo do traçado previsto e reforça o foco da intervenção em uma região historicamente carente de grandes investimentos em infraestrutura viária.
O prefeito de Natal, Paulinho Freire (União Brasil), acompanhou o início do levantamento no local. Ele destacou que a Via Mangue é a principal obra do plano de governo e ressaltou o início da fase técnica ainda no primeiro ano da gestão. Segundo o prefeito, a expectativa é avançar para a execução da obra após a conclusão dos estudos necessários.
De acordo com a Prefeitura, a Via Mangue foi planejada para funcionar como alternativa à Avenida João Medeiros Filho, principal eixo de ligação da Zona Norte com outras regiões da cidade. A avenida, também conhecida como Estrada da Redinha, concentra grande volume de tráfego e sofre com congestionamentos recorrentes.
Além de melhorar a fluidez do trânsito, o projeto tem como objetivo integrar bairros da Zona Norte, incentivar o turismo e promover a proteção ambiental no entorno do Rio Potengi. A proposta prevê uma via que concilie mobilidade urbana com preservação do manguezal existente na região.
A secretária municipal de Mobilidade Urbana, Jodia Menezes, explicou que a Via Mangue terá funções que vão além do deslocamento de veículos. Segundo ela, o projeto inclui ciclovia, áreas de lazer e espaços destinados à contemplação da paisagem, ampliando o uso urbano da área de forma planejada e ordenada.
Além disso, a secretária destacou o papel ambiental da via. A proposta é que o traçado funcione como uma barreira física para delimitar a ocupação urbana, evitando invasões irregulares em áreas sensíveis, sem comprometer o estuário do Rio Potengi nem o ecossistema de manguezal.
O traçado preliminar da Via Mangue prevê uma extensão aproximada de 7,5 quilômetros. Para a fase atual, o levantamento topográfico está sendo realizado em uma faixa de cerca de 60 metros de largura ao longo de todo o percurso, abrangendo o trecho entre a Ponte Newton Navarro e a Ponte de Igapó.
A previsão é de que essa etapa técnica seja concluída em aproximadamente 30 dias. Ao final do levantamento, a Prefeitura terá um mapeamento preciso das condições do terreno, incluindo dados físicos, ambientais e urbanísticos, fundamentais para as decisões de engenharia e planejamento.
Próximas fases do projeto
As informações obtidas com o levantamento topográfico vão subsidiar a elaboração do anteprojeto da Via Mangue. Nessa fase, serão definidas as características geométricas e funcionais da via, além de soluções preliminares para infraestrutura, drenagem, terraplenagem e tratamento de interferências existentes no trajeto.
Os estudos ambientais iniciais também fazem parte dessa etapa, com foco na compatibilização da obra com a preservação do manguezal e do estuário do Rio Potengi. A expectativa da gestão municipal é concluir o anteprojeto até o final de fevereiro de 2026.
Com o anteprojeto finalizado, a Prefeitura pretende lançar a licitação para execução da obra por meio do modelo de contratação integrada, previsto na legislação. Nesse formato, a empresa vencedora será responsável tanto pela execução da obra quanto pela elaboração do projeto executivo, incluindo estudos complementares e o licenciamento ambiental.
Segundo a administração municipal, esse modelo é adotado devido à complexidade do projeto e à necessidade de dar mais agilidade ao processo, integrando as etapas de planejamento detalhado e execução.
Financiamento e recursos federais
Paralelamente às etapas técnicas, o município avança na busca por recursos para viabilizar a obra. A Câmara Municipal de Natal aprovou, na semana passada, a lei que autoriza o Executivo a contratar financiamento para o projeto, garantindo respaldo legal para a captação de recursos.
No dia 10 de novembro de 2025, a Prefeitura apresentou à bancada federal do RN um pedido de aproximadamente R$ 180 milhões para a construção da Via Mangue. O pleito foi apresentado pela vice-prefeita Joanna Guerra (Republicanos), que representou o prefeito em reunião com os parlamentares.
Na ocasião, a gestão municipal informou que o projeto ainda estava na fase de anteprojeto e reforçou que a Via Mangue foi concebida como alternativa viária à Avenida João Medeiros Filho, sem causar prejuízos ambientais. O secretário municipal de Planejamento, Vagner Araújo, afirmou que a proposta prevê proteção à área de mangue.
📌 Resumo do Status Atual
✔️ Fase técnica iniciada: levantamento topográfico em andamento para mapear o trajeto e condições da obra.
✔️ Objetivo declarado pela gestão: desobstrução de vias, incentivo ao turismo, proteção ambiental e maior integração da Zona Norte.
✔️ Recursos buscados: pedido de R$ 180 milhões à bancada federal em novembro; a Prefeitura também quer financiamento via programas federais.
⚠️ Ainda sem obra física concreta: está na fase preliminar técnica (topografia e anteprojeto), sem início de construção de pista ou pavimentação.
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