Igor Cabral Vereadora do RJ denuncia ameaças do pai de agressor de Juliana Soares: “Está brincando com fogo”

A vereadora do Rio de Janeiro, Talita Galhardo (PSD), denunciou ter recebido ameaças do pai de Igor Eduardo Pereira Cabral, o ex-jogador de basquete réu por tentativa de feminicídio contra a ex-namorada Juliana Soares. A intimidação ocorreu após a vereadora relembrar o caso em suas redes sociais.

Talita Galhardo publicou imagens de Igor Cabral e o vídeo da agressão, que ocorreu em 26 de julho em um elevador em Natal. “É Igor Eduardo Pereira Cabral. Esse covarde que tentou matar Juliana Garcia. Não podemos esquecer disso”, escreveu a vereadora.

Após a publicação, o pai de Igor, o corretor de imóveis Henrique Eduardo Gomes Cabral, enviou mensagens de tom intimidatório para a vereadora através do Instagram. Ele exigiu a exclusão de imagens do filho e ameaçou “tomar as medidas cabíveis”. “Você tá brincando com fogo”, escreveu em outra mensagem.

Henrique Cabral admitiu que o filho “errou sim, tá pagando a pena e será condenado”, mas continuou a pressionar a vereadora, acusando-a de usar um “texto ofensivo”. Ele também a atacou, dizendo que ela era uma “ótima representante do povo” de “nível baixíssimo” e que agia “com desequilíbrio”.

A vereadora respondeu às ameaças, afirmando que Igor Cabral “tem que ser exposto” e que a “justiça vai dizer” sobre as intimidações que recebeu. A agressão a Juliana Soares, que teve o rosto desfigurado após levar 61 socos, gerou grande repercussão nacional. Igor Cabral segue preso preventivamente e é investigado por tentativa de feminicídio.

Audiência de instrução

Igor Cabral passou na terça-feira (16) pela audiência de instrução no caso que envolve a denúncia de tentativa de homicídio contra a ex-namorada em Natal . Ele ficou conhecido como “bombado do elevador”.

A audiência, realizada na capital potiguar, é uma etapa crucial do processo, que teve início com a denúncia do MPRN por tentativa de feminicídio em agosto.

Durante a audiência de instrução, foram ouvidas as testemunhas arroladas tanto pelo MPRN, quanto pela defesa do réu. Em seguida, o próprio acusado foi interrogado. O objetivo desta fase processual é colher provas e depoimentos para esclarecer os fatos e embasar a decisão judicial.

A atuação do MPRN se fundamenta na necessidade de responsabilizar o agressor e proteger a vítima, buscando a punição adequada para o crime de tentativa de feminicídio. A denúncia oferecida pelo MPRN em 7 de agosto, logo após a agressão, foi prontamente aceita pela Justiça, que decidiu manter o réu em prisão preventiva.

O caso repercutiu nacionalmente, chamando a atenção para a violência contra a mulher. Ainda faltam ser anexados ao processo dois laudos periciais que ainda não foram concluídos. Esses documentos técnicos vão complementar as provas já existentes no inquérito.

Com a conclusão da audiência de instrução e a anexação dos laudos, o processo seguirá para as alegações finais. Em seguida, a Justiça emitirá a sentença.