O tremor inicial, registrado às 23h47 de domingo (horário local, 16h17 de Brasília), foi seguido por ao menos duas réplicas de magnitude 5.2. Foto: Google
As equipes de resgate trabalham desde o início da manhã para localizar sobreviventes entre os escombros, embora as operações sejam dificultadas por deslizamentos de terra que bloquearam estradas importantes em Kunar e Nuristão
Publicado 1 de setembro de 2025 às 09:30
Mais de 800 pessoas morreram e pelo menos 2.800 mil ficaram feridas depois que um forte terremoto de 6 graus de magnitude e várias réplicas atingiram o leste do Afeganistão na noite deste domingo (31), disseram autoridades locais nesta segunda-feira.
Os terremotos foram sentidos com força nas províncias orientais de Kunar, Nangarhar, Nuristão e Laghman, e os tremores também atingiram a capital, Cabul.
Segundo autoridades locais, 812 pessoas morreram em Kunar e Nangarhar. Equipes militares de resgate se espalharam pelas duas províncias, comunicou o Ministério da Defesa do governo do Talibã, acrescentando que 40 voos transportaram 420 feridos e mortos.
O Afeganistão é propenso a terremotos mortais, especialmente na cordilheira Hindu Kush, onde as placas tectônicas da Índia e da Eurásia se encontram. Mais de 1.500 pessoas morreram numa série de terremotos em 7 de outubro de 2023, segundo a ONU. O Talibã relatou até 2.500 mortes na época. Em junho de 2022, tremores de magnitude 6.1 mataram ao menos mil pessoas.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) localizou o epicentro do sismo principal, de 6 graus de magnitude, a 42 quilômetros de Jalalabad, capital da província de Nangarhar, e a uma profundidade de oito quilômetros, o que geralmente amplifica o poder de destruição.
O tremor inicial, registrado às 23h47 de domingo (horário local, 16h17 de Brasília), foi seguido por ao menos duas réplicas de magnitude 5.2.
As equipes de resgate trabalham desde o início da manhã para localizar sobreviventes entre os escombros, embora as operações sejam dificultadas por deslizamentos de terra que bloquearam estradas importantes em Kunar e Nuristão.
Nesta segunda-feira, helicópteros transportavam feridos para um hospital após eles serem retirados dos escombros. As autoridades temem que o balanço de vítimas aumente à medida que áreas mais remotas sejam acessadas.
As equipes de resgate lutavam para encontrar sobreviventes na área que faz fronteira com a região de Khyber Pakhtunkhwa, no Paquistão, onde casas de barro foram arrasadas pelo terremoto. Os tremores foram sentidos também no país vizinho, incluindo a capital, Islamabad.
A missão das Nações Unidas no país mobilizou pessoal para prestar “assistência de emergência e apoio vital”, enquanto o Crescente Vermelho afegão já enviou equipes médicas para Kunar, a província mais afetada.
Kunar é uma região remota na fronteira com o Paquistão, aninhada nos vales da cordilheira Hindu Kush, cuja população vive principalmente em casas precárias de barro e palha, extremamente vulneráveis a sismos.
Esta fragilidade estrutural, somada a décadas de conflito e à falta de infraestruturas, ampliou o impacto do desastre.
O Talibã reconheceu a magnitude do desastre. “Infelizmente, o terremoto desta noite causou mortes e danos materiais em algumas de nossas províncias orientais”, escreveu o porta-voz Zabihullah Mujahid na rede social X.
“Funcionários locais e moradores estão atualmente envolvidos em esforços de resgate. Equipes de apoio do centro e de províncias vizinhas também estão a caminho, e todos os recursos disponíveis serão usados para salvar vidas”, acrescentou.
“Todas as nossas equipes foram mobilizadas para acelerar a assistência, para que possamos fornecer apoio abrangente e completo”, comunicou o Ministério do Interior afegão, controlado pelo Talibã, à agência de notícias Reuters, citando esforços em áreas que vão da segurança à alimentação e saúde.
Em Cabul, autoridades de saúde disseram que equipes de resgate corriam para chegar a vilarejos remotos espalhados por uma área com um longo histórico de terremotos e inundações.
Em Nuristão, as autoridades confirmaram que os moradores sentiram fortes tremores, mas garantiram que até o momento não foram relatadas vítimas ou danos materiais.
“Fortes tremores também foram sentidos na província, mas até agora não há relatos de perdas humanas ou materiais”, disse o diretor de Informação e Cultura de Nuristão à agência de notícias Efe.
A província de Kunar, a mais afetada, está localizada na fronteira com o Paquistão, na cordilheira Hindu Kush. A precariedade das estradas e o acesso quase inexistente às comunicações nas áreas rurais dificultam a avaliação dos danos e a coordenação da ajuda.
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