Jean Paul Prates teria sinalizado mudança no pagamento dos dividendos da Petrobras. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Jean Paul Prates teria sinalizado mudança no pagamento dos dividendos da Petrobras. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A uma semana da apresentação dos resultados da companhia em 2023, as ações da Petrobras dividiram as atenções dos investidores com os papéis da Vale nesta quarta-feira (29) na Bolsa de Valores, a B3, depois de declarações do presidente da companhia, Jean Paul Prates, sobre mudanças na política de dividendos da estatal.

A sinalização dada por Prates, de que os recursos que serão distribuídos podem diminuir, fez desabar as ações da estatal. Os papéis ON (ordinárias, que dão direito a voto) recuaram 5,39%, e os PN (preferenciais), 5,16%. Como resultado, a empresa, desvalorizou R$ 29,9 bilhões em um único dia. Após isso, a Petrobras emitiu nota para explicar as falas de Jean paul Prates.

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Pouco antes do fechamento do pregão da Bolsa, a estatal divulgou nota dizendo não haver “qualquer decisão em relação à distribuição de dividendos”, e que o tema será tratado em assembleia de acionistas dia 25 de abril, “com base na nova Política de Remuneração aos Acionistas, aprovada pelo conselho de administração em julho de 2023”.

Em entrevista à Bloomberg, Prates disse que Petrobras deve ser mais cautelosa em relação à “remuneração dos acionistas” à medida que busca se tornar uma potência em energia renovável. “Os acionistas vão entender. Eu seria mais conservador do que agressivo. Estamos no meio dessa grande decisão de nos tornarmos uma empresa de petróleo em transição.”

A declaração surpreendeu os investidores. “Essa fala pegou o mercado de surpresa. A empresa é uma baita geradora de caixa, e no plano estratégico a Petrobras não dizia nada sobre possível impacto de dividendos anteriormente”, disse Rodrigo Moliterno, sócio da Veedha Investimentos.

A mesma percepção teve o analista independente Hulisses Dias. Segundo ele, as declarações de Prates “desanimam” os investidores, que esperavam dividendos maiores da empresa. “O eventual direcionamento do fluxo de caixa para investimentos em energia renovável faz com que a ação caia baseado nos retornos menores que esses projetos apresentam no curto prazo”, disse Dias.

Neste mês, a Petrobras bateu recordes de valor de mercado por seis vezes, muito em razão da percepção de que o seu plano de investimentos não foi tão agressivo como o mercado esperava, o que reanimou os investidores, tendo em vista a possibilidade de manutenção de boas cifras em dividendos distribuídos aos acionistas.

Bancos como Goldman Sachs e BTG Pactual avaliaram na época haver espaço para que a companhia continuasse pagando proventos extraordinários, o que repercutiu positivamente sobre as ações.

Confira abaixo a nota da Petrobras sobre as falas de Jean paul Prates:

“A Petrobras informa que não há qualquer decisão tomada em relação à distribuição de dividendos ainda não declarados.

As decisões da Administração sobre dividendos, incluindo a proposta de destinação do resultado a ser submetida à aprovação da Assembleia Geral Ordinária marcada para 25/04/2024, serão são tomadas com base na nova Política de Remuneração aos Acionistas da Companhia, aprovada pelo Conselho de Administração em 28/07/2023 (“Política” ou “nova Política”).

Em linhas gerais, a nova Política dispõe que “em caso de dívida bruta igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor e de resultado positivo acumulado, a serem verificados no último resultado trimestral apurado e aprovado pelo Conselho de Administração, a Companhia deverá distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre”. A fórmula da Política “será aplicada, a cada trimestre, sobre os fluxos de caixa do consolidado da Companhia do respectivo trimestre”.

Os valores relativos às recompras de ações realizadas pela Companhia, apresentadas na demonstração dos fluxos de caixa do consolidado de cada período, serão deduzidos do valor resultante da fórmula aplicada a cada trimestre.

Além disso, “A Companhia poderá, em casos excepcionais, realizar a distribuição de remuneração extraordinária aos acionistas, superando o dividendo mínimo legal obrigatório e/ou os valores estabelecidos nos itens 4.1 e 4.2, desde que a sustentabilidade financeira da Companhia seja preservada”.

A Petrobras reforça, por fim, que busca, por meio Política, garantir a sua perenidade e sustentabilidade financeira de curto, médio e longo prazos e conferir previsibilidade ao fluxo de pagamentos da remuneração aos acionistas.”

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