Ney Lopes, pré-candidato ao Senado – Foto: Divulgação

Já se passaram 15 anos desde que o ex-deputado federal por seis mandatos, Ney Lopes de Souza, deixou a vida pública. Embora tenha passado todo esse tempo sem participação efetiva na política do país, ele, que também foi suplente de senador e vice-prefeito de Natal, nunca ficou longe da política, seja por atuação nos bastidores ou por artigos publicados em vários veículos da imprensa potiguar. Aos 77 anos, ele decidiu que ainda é hora de voltar à cena pública e é pré-candidato a senador pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB). Nesta entrevista exclusiva ao NOVO Notícias, ele conta os motivos que o levaram a tomar esta decisão.

ENTREVISTA / NEY LOPES, PRÉ-CANDIDATO AO SENADO

– O senhor foi vice-prefeito e também deputado federal por seis mandatos, deixando o cargo em 2007. Por que decidiu, agora, tentar voltar à vida pública?

NEY LOPES – Para não pecar por omissão. O povo do estado me deu 24 anos de experiência no Congresso Nacional, além de outros cargos eletivos. Estou com saúde graças a Deus. Entendi que deveria colocar essa minha experiência para ser novamente o “advogado do RN” no Senado Federal. Chego prestando contas de tudo que fiz como parlamentar. As minhas mãos não estão vazias, o que era garantia antecipada do que poderei fazer no futuro. Quero resgatar projetos como do crédito educativo que criei, funcionou bem 11 anos e os governos acabaram, substituíram por esse FIES, que não tem nenhuma relação com a minha proposta. Lutarei para o crédito educativo voltar a financiar estudantes de Universidades públicas, como UFRN, Uern etc., com até três salários mínimos mensais, liberados diretamente ao beneficiário, após a prova de que seja carente, através do BB e CEF, sem intermediários. O remédio genérico que nasceu da minha proposta, que precisa ter maior vigilância nos preços. Crédito para os agricultores, com o projeto que regulamente o artigo 43 da Constituição. Enfim defendo propostas. Sei das dificuldades, porque não tenho “garupas” que me conduzam na política. Estou num partido pequeno, ético, o Brasil 35 (Partido da Mulher Brasileira). Vou à luta confiando em Deus e no povo.

– O senhor é pré-candidato ao Senado em uma disputa que terá nomes como o de Rogério Marinho, Carlos Eduardo e Rafael Motta. Por que o eleitor potiguar deve escolher o seu nome?

O meu está colocado como opção. Cabe ao eleitor ouvir a todos. Examinar o passado dos candidatos. Ver o que construíram de bom para a população. E decidir no voto livre, sem influência de ninguém. Essa é a beleza da democracia. Isto é o que eu acredito, mesmo sabendo que a minha luta é como a de Davi contra Golias. Mas a Deus tudo é possível.

– Como o senhor acredita que pode contribuir com o Rio Grande do Norte em mais um mandato?

Sendo vigilante, presente, como um advogado incansável na defesa do seu cliente. No caso o meu cliente será o povo do RN. Como deputado sempre estive entre os 100 melhores do país, por escolha de uma instituição ligada à CUT. Por que me escolheram? Porque eu trabalhava como visão social e obtinha rendimentos das ações que desenvolvia. Como senador serei a cópia do que fui no passado. Mas tudo dependerá da vontade popular livre. A minha campanha é simples, através das redes sociais e contatos pessoais. Não tenho estruturas milionárias, como os meus concorrentes. Mas nada me intimida. Permanecerei na luta.

– Qual a avaliação que o senhor faz da gestão Fátima Bezerra?

Um governo que não criou, nem inovou nada. Limitou-se a fidelidade ideológica com o ex-presidente Lula e as teses do PT. Na campanha espero que a governadora abra o jogo e explique porque agiu dessa forma e mostre o que pretende fazer, se for reeleita. O povo quer ouvir propostas.

– E da gestão Bolsonaro?

A nível administrativo escolheu uma boa equipe e alcançou bons resultados. Politicamente enfrentou muitas dificuldades, pela presença de uma oposição ferrenha. Talvez por ter sido acossado, o presidente posicionou-se em certas ocasiões com expressões que mereceram críticas. Mas objetivamente o governo, até agora, nada consumou que colocasse em jogo a estabilidade institucional do país. Está na disputa da reeleição em pé de igualdade, considerando a faixa de indecisos que as pesquisas mostram. O líder da oposição, o ex-presidente Lula, tem contra si uma folha corrida cheia de manchas na sua administração e o fato de não ter sido ainda absolvido das acusações na Justiça. O que ocorreu foram decisões que reconheceram erros formais nos processos contra ele, mas todos os procedimentos, penais e cíveis, estão sendo reabertos e terão sentenças no futuro.

– Em nível estadual, o senhor defenderá o nome de sua colega de partido Clorisa Linhares para o Governo do Estado?

Clorisa Linhares é uma mulher preparada, dedicada à causa pública, ética, advogada e administradora. Pouco a pouco o RN a conhece e esse processo se intensificará até o dia 2 de outubro. Acredito que ela é realmente a opção da terceira via, com chances de vitória, na disputa do governo estadual.