Senador queria que CPI investigasse compra de respiradores – Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Durante entrevista à CNN Brasil, na manhã desta segunda-feira (18), o senador Marcos Rogério (DEM/RO) – um dos maiores defensores do Governo Federal atualmente – criticou os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado, em especial o relatório apresentado pelo também senador e relator da CPI, Renan Calheiros (MDB/AL).

De acordo com Marcos Rogério, a CPI nacional se tornou uma espécie de jogo pré-eleitoral e elogiou a CPI realizada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN). “Lamento que a CPI tenha se prestado a esse papel de fazer o jogo pré-eleitoral. Isso é mais uma peça de marketing eleitoral, e não uma peça fruto de investigação. Essa CPI chega ao fim de maneira melancólica”, disse o senador.

Para ele, a comissão do Senado Federal se recusou a investigar os gastos de recursos federais destinados ao combate da pandemia do novo coronavírus pelos governadores. “A CPI se recusou a investigar a compra de respiradores pelo Consórcio Nordeste, o que já é alvo de investigação da polícia. Não está cumprindo o papel que a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte está, que é investigar esse tema”, afirmou o senador.

Os membros da CPI da Covid na ALRN decidiram, por unanimidade, quebrar os sigilos telefônico, telemático, bancários e fiscal do secretário-executivo do Consórcio do Nordeste, Carlos Gabas. O requerimento foi apresentado pelo presidente da comissão, o deputado Kelps Lima (Solidariedade).

Apesar de o requerimento ter sido aprovado, o deputado Kelps disse serem confidenciais os dados que justificavam a quebra do sigilo das informações, e que somente os parlamentares terão acesso a eles, assim como aos dados que forem repassados à CPI pelas instituições.

Gabas foi convocado pela CPI da Covid da ALRN na condição de investigado e permaneceu em silêncio durante o depoimento, prestado no dia 6 de outubro, sendo liberado pelos parlamentares após informar que não responderia a nenhuma das perguntas. A Justiça do Rio Grande do Norte havia concedido habeas corpus para que ele não precisasse responder aos questionamentos dos parlamentares.

Em entrevista a um canal no Youtube, Carlos Gabas disse que não aceitou ter sido “convocado como investigado”. “Quando falaram da minha convocação, tinha entendido que seria como convidado, como testemunha. Quando vi que seria como investigado, vi que não era possível. Teve um processo, nós compramos e não foi entregue. Levei a denúncia para a polícia e sou investigado?”, disse o secretário-executivo do Consórcio do Nordeste.