Primeiras denúncias contra João de Deus vieram à tona em dezembro de 2018. Marcelo Camargo/Agência Brasil
Primeiras denúncias contra João de Deus vieram à tona em dezembro de 2018. Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Justiça de Goiás condenou João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, a 99 anos de prisão pelos crimes de estupro de vulnerável e de violação sexual mediante fraude. As sentenças foram proferidas pelo juiz Marcos Boechat Lopes Filho e envolvem oito vítimas que relataram abusos sofridos entre 2010 e 2018, durante atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, Goiás.

Pela decisão, João de Deus ainda terá que pagar às vítimas R$ 100 mil por danos morais. De acordo com o Tribunal de Justiça de Goiás, João Teixeira de Faria já foi condenado a 370 anos de prisão. Quatro processos que ainda estão em andamento podem aumentar a pena. Em um dos processos, que está relacionado a denúncias que vieram à tona entre 2009 e 2011, as acusações foram arquivadas porque os crimes prescreveram. Cabe recurso em todos os casos.

Em 2019, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) apresentou nove denúncias contra João de Deus, nas quais ele é acusado de crimes como estupro de vulnerável e violação sexual. Segundo o MP, os crimes ocorreram pelo menos desde 1990, sendo interrompidos em 2018, quando as primeiras denúncias foram divulgadas pela imprensa.

A reportagem entrou em contato com a defesa do médium e aguarda retorno.

Em dezembro de 2022, o médium foi condenado a 109 anos de prisão por três processos por violação sexual, João de Deus também terá que pagar às vítimas até R$ 100 mil em indenizações. Em novembro de 2021 ele foi condenado a 44 anos e seis meses de prisão, em regime inicial fechado, por crimes sexuais contra quatro mulheres entre os anos de 2009 e 2018.

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As primeiras denúncias contra o médium vieram à tona em dezembro de 2018, quando o programa Conversa com Bial, da TV Globo, veiculou o relato de várias mulheres que afirmam terem sido vítimas do médium. Segundo relatos das vítimas, João de Deus as teria levado para cômodos isolados do centro espírita que ele fundou, em Abadiânia (GO) e as molestado, acariciando seus corpos. Algumas mulheres disseram que o médium chegou a expor seu pênis, forçando-as a tocá-lo a pretexto de curá-las.

João de Deus sempre negou as acusações, mas após as primeiras denúncias outras mulheres procuraram as autoridades, alegando ter sido violentadas pelo homem que, ao longo de anos, atraiu milhares de pessoas em busca de cura espiritual, tornando-se conhecido em todo o país.