Jair Bolsonaro voltou a ser internado neste final de semana com erisipela. Foto:  Valter Campanato/Agência Brasil
Jair Bolsonaro voltou a ser internado neste final de semana com erisipela. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Após ser internado com erisipela, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisou mudar o plano de transferência, previsto para Brasília nesta segunda-feira (6). De acordo com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-chefe do Executivo, ele será atendido em São Paulo, no hospital Vila Nova Star, na zona sul da capital paulista, após sentir dores abdominais.

A informação é do advogado e assessor do ex-presidente Fábio Wajngarten. A mudança de planos ocorreu após o ex-presidente se queixar de um desconforto abdominal na manhã desta segunda.

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O ex-presidente deve ser avaliado pelo médico Antonio Macedo, o mesmo que o atendeu em setembro do ano passado com os mesmo sintomas. Ele chegou a ser submetido a duas cirurgias na unidade hospitalar da capital paulista.

Bolsonaro foi atendido na manhã de sábado (4) em um hospital no Amazonas, para tratar um caso de erisipela. Ele chegou a ter alta no mesmo dia, mas precisou retornar à unidade hospitalar no domingo (5) para tratar o problema.

Na manhã desta segunda, Eduardo Bolsonaro afirmou pelas redes que o ex-presidente “passa bem e já reage bem aos antibióticos”. “Hoje deve ser transferido para Brasília. Agradeço ao Fabio Wajngarten por ter cuidado desta logística e a todos que se preocupam e oram pelo meu pai. Muito obrigado”, escreveu no X (antigo Twitter).

Os planos, no entanto, precisaram ser alterados no decorrer da manhã. A transferência do ex-presidente para São Paulo deve ocorrer no início desta tarde.

Tratada com antibióticos, a erisipela apresenta sintomas semelhantes aos da celulite, caracterizando-se por uma coloração avermelhada na pele afetada, bem como pela formação de crostas ou bolhas. Febre, calafrios e mal-estar também podem estar presentes, e complicações como tromboflebite, abscessos e gangrena podem surgir.

Fatores como idade avançada, problemas circulatórios, diabetes, obesidade e imunidade comprometida podem contribuir para a recorrência da doença, como observado no caso de Bolsonaro.

No Brasil, a erisipela é conhecida por diversos nomes, incluindo esipra, mal-da-praia, mal-do-monte, maldita e febre-de-santo-antônio. Estima-se que um em cada quatro pacientes sofra reincidência da doença.

Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificou os principais fatores associados à recidiva da erisipela. Publicado em 2002 na revista Scielo Brasil, o estudo analisou uma amostra de 25.952 pacientes atendidos na clínica médica da universidade, registrando 235 casos de erisipela. A maioria dos pacientes era do sexo masculino (51,1%), sendo 40,1% idosos, predominantemente na faixa etária de 70 a 79 anos.

Os membros inferiores foram os mais afetados, correspondendo a 97% dos casos, com incidência comum em apenas uma perna. Traumas foram a causa em 20,4% dos casos, enquanto o consumo de álcool foi o hábito mais frequente (8,9%). O tratamento geralmente envolveu três antibióticos e durou aproximadamente 17 dias.

As bactérias responsáveis pela erisipela podem entrar no corpo por cortes, escaras, picadas de insetos ou feridas cirúrgicas. Condições pré-existentes na pele, como eczema, infecções fúngicas ou impetigo, aumentam o risco de contrair a doença.

O uso de medicamentos que suprimem o sistema imunológico, como os usados no tratamento do câncer ou após transplantes de órgãos, também pode desencadear a erisipela.

É essencial distinguir a erisipela de outras condições cutâneas, como herpes-zoster, angioedema, dermatite de contato e câncer de mama inflamatório, para garantir um tratamento adequado.

Além dos antibióticos, repouso absoluto e cuidados locais são recomendados para o tratamento e prevenção da erisipela, incluindo a manutenção da higiene dos pés, tratamento de frieiras e controle de diabetes e obesidade.

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