Com a chegada de um novo ano vêm também os reajustes nos impostos e mensalidades, como IPVA, IPTU, mensalidade escolar, aluguel, entre tantos outros. Com isso, é preciso que o cidadão esteja preparado para não acabar se endividando.
Tais reajustes são calculados com base na inflação acumulada nos últimos 12 meses. Ou seja, de janeiro a dezembro do ano que passou. No caso de 2021, a inflação acumulada chegou à casa dos 10%; isso quer dizer que todos os reajustes financeiros devem seguir essa média.
O professor do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Renato Mota, lembra que muitas pessoas acabam se empolgando com as festas de fim de ano, como Natal e Ano Novo, e gastam além do que podem, resultando numa dívida que, muitas vezes, vira uma bola de neve.
“Eu até acho interessante que o 13º salário fosse pago no mês de janeiro, e não em dezembro como é feito. Por que é em janeiro que chegam essas contas e, além dos reajustes, tem material escolar, por exemplo. Aí, quem não se preparou tem que se virar nos trinta”, diz ele.
Renato explica que o ideal seria que as pessoas se programassem, fazendo uma reserva financeira mês a mês para quando chegar a hora de pagar essas contas não terem problemas e conseguir descontos em muitas oportunidades.
“Quando você se organiza financeiramente só tem a ganhar. Se você fizer essa reserva e chegar no início do ano com condições de pagar algumas dessas contas à vista, você consegue muitos descontos. No IPVA, por exemplo, você pode conseguir até 10% de desconto. No IPTU, em Natal, são 16% de desconto para quem paga à vista. Imagine você ganhar R$ 160 de desconto em um IPTU de R$ 1600”, diz o professor.
Já para quem não consegue ou não tem como fazer essa reserva mensal, Mota diz que o jeito é correr atrás do prejuízo, procurando fazer renda extra.
“É aproveitar as festas de dezembro e conseguir um bico como garçom, é trabalhar como motorista de transporte por aplicativo nas horas vagas. Assim você consegue fazer uma renda extra e não se endividar, mesmo que com isso você não consiga pagar todas as contas à vista, você consegue parcelar e ir pagando ao longo do ano. O que conta é não deixar de pagar e isso virar uma bola de neve, já que são contas que chegam ao início de todos os anos”, indica.
Contudo, ele afirma que o planejamento e a organização financeira é a forma essencial de não se endividar e conseguir arcar com todas as despesas sem atrasos. O professor Renato diz que é importante que a família coloque tudo no papel, ganhos e gastos, e que todos estejam cientes da situação financeira da família.
“Hoje é muito fácil e prático você organizar suas finanças e ter um controle. Existem planilhas na internet, aplicativos para celular, até mesmo anotar tudo em um caderno faz diferença. Além disso, é importante que todos saibam o que está acontecendo, desde o chefe da família até o adolescente”, conclui.
