O evento conta com apresentação do grupo Nação Zamberacatu – Foto: divulgação

Neste sábado (19), uma tarde inteira de programação gratuita, no Parque das Dunas, celebra os 20 anos de construção da escultura Casa Mãe Terra. O evento conta com apresentação do grupo Nação Zamberacatu e dos artistas de Burkina Faso, François Moïse Bamba e Konomba Traoré. A ação faz parte da residência artística internacional “Dunas – Territórios de criação colaborativa”.

A partir das 14h30, os batuqueiros da Nação Zamberacatu, primeira nação de maracatu do Estado, realizam um cortejo musical pelo parque, com início em frente à Casa Mãe Terra. Em seguida, às 16h, no anfiteatro Pau-Brasil, acontece o espetáculo “Contos e lendas do Burkina Faso”, com François Moïse Bamba, contador de histórias, ator e promotor cultural de Burkina. A apresentação é um convite a viajar na riqueza das culturas de tradição oral da África Ocidental.

O espetáculo é em francês, com tradução em cena de Laura Tamiana, e vai contar ainda com a participação de Konomba Traoré, reconhecido como tesouro vivo pela arte do balafon, músico multi-instrumentista e luthier, uma personalidade de referência nas tradições de Burkina Faso e que vai trazer para o ambiente da Mata Atlântica, dentro do Parque das Dunas, a ancestralidade cultural das savanas africanas.

Através das histórias, pontuadas de momentos musicais, os espectadores poderão embarcar em um encontro com os povos desse país para um momento de partilha de suas culturas, suas histórias, suas crenças, seus valores e suas visões de mundo, para um enriquecimento mútuo, no respeito às diferenças. A apresentação em Natal acontece através da Ba-kô Burkina Brasil, uma ponte cultural e artística criada por François e Laura, que desde 2017 realiza ações entre os dois países.

CASA MÃE TERRA

Instalada há duas décadas, no coração do Parque das Dunas, a escultura, “Casa Mãe Terra”, foi concebida por Maurício Panella, tendo como inspiração as tradições indígenas e casas de adobe do Brasil e da África do Oeste. A obra foi criada em comemoração a vinda do pensador francês Edgard Morin ao Brasil, a partir de um convite do Grupo de Estudos da Complexidade (UFRN), do qual Panella foi pesquisador. A inauguração foi realizada em 12 de outubro de 2003.

O processo de construção foi colaborativo. Inicialmente erguida com varas, a estrutura ganhou vida com o acréscimo de barro, moldado não apenas por Maurício Panella, mas também por frequentadores do Parque das Dunas. Como toque final, a Casa Mãe Terra foi revestida com um mosaico de telhas, transformando-se em uma figura completa, quase como uma pele que envolve sua essência.

Em 2016, após quase um ano de interdição devido à ameaça de deterioração, a escultura necessitou de uma restauração. Foi nesse momento que surgiu a ideia do programa museal “Jornada no Bosque”, trazendo consigo a promessa de revitalizar não apenas a obra física, mas também a conexão emocional entre a comunidade e o parque.

Nos últimos anos, a escultura adquiriu novos papéis, servindo como cenário virtual no jogo “Jornada no Bosque” e como tela para espetáculos de projeções mapeadas.

A residência artística “Dunas – Territórios de criação colaborativa” é um projeto apresentado pelo Ministério da Cultura através da Lei Federal de Incentivo à Cultura com patrocínio da Ticket Log e Edenred Brasil. Conta com apoio do Governo do RN, Idema, Parque das Dunas, Fundação José Augusto, Ba-kô Burkina Brasil, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Instituto Ágora, Departamento de Artes da UFRN (DEART), Departamento de Comunicação da UFRN (DECOM) e Pró-Reitoria de Extensão da UFRN (PROEX).

A programação cultural conta também com patrocínio da Prefeitura do Natal e incentivo do Colégio CEI e Sicoob através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura Djalma Maranhão. A produção é do programa museal Jornada no Bosque e do Instituto e Estúdio Casadágua.

SERVIÇO:
Celebração 20 anos Casa Mãe Terra
19 de agosto, a partir das 14h30, no Parque das Dunas
Acesso ao Parque: R$ 1,00