Sindsaúde critica tentativa de responsabilizar profissionais e cobra melhorias estruturais no SUS. | Foto: Marco Polo/PMN

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Saúde Sindsaúde cobra apuração ampla em caso de jovem que recebeu medicação errada em UPA de Natal

Sindicato se solidariza com a família da paciente de 19 anos, afirma que tragédia expõe falhas estruturais do sistema de saúde e repudia tentativas de responsabilizar exclusivamente profissionais que atuam na linha de frente do atendimento

por: NOVO Notícias

Publicado 19 de dezembro de 2025 às 13:43

O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN) manifestou, nesta sexta-feira (19), solidariedade à família da jovem de 19 anos que sofreu uma parada cardiorrespiratória após ser medicada em uma unidade de saúde de Natal. O caso está sendo acompanhado pelo Conselho Regional de Enfermagem do RN (Coren-RN), que apura a suspeita de troca de medicamentos.

Em nota, o sindicato classificou o episódio como uma “tragédia anunciada” e repudiou tentativas de responsabilizar exclusivamente profissionais que atuam na linha de frente do atendimento. Para a entidade, a individualização da culpa desconsidera as condições precárias e a sobrecarga enfrentadas diariamente pelos trabalhadores da saúde.

O Sindsaúde ressalta que não ignora a responsabilidade individual no exercício profissional, mas avalia que erros dessa gravidade estão associados a um conjunto de fatores estruturais. Entre eles, o sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS), a falta de investimentos e a pressão por produtividade em ambientes de trabalho inadequados.

Críticas à gestão e ao sucateamento do SUS

Segundo o diretor do Sindsaúde/RN, João Assunção, o problema vai além de falhas pontuais. “Não se trata de falhas individuais, mas de um problema estrutural. Há anos denunciamos salários indignos e a sobrecarga imposta aos profissionais, que precisam manter dois ou três vínculos para sobreviver”, afirmou.

O dirigente destacou ainda que o sindicato não aceitará que trabalhadores sejam responsabilizados para proteger instituições. “Não aceitaremos que CPFs sejam sacrificados para proteger CNPJs”, declarou.

A entidade também relaciona a ocorrência a decisões políticas que, segundo o sindicato, fragilizam o SUS. Entre as críticas estão a ausência de concursos públicos, a falta de investimentos em infraestrutura e as condições inadequadas de trabalho na rede municipal de saúde de Natal.

Por fim, o Sindsaúde/RN afirmou que continuará cobrando a responsabilização dos gestores e defendendo os profissionais da saúde. Para o sindicato, proteger quem cuida da população é fundamental para garantir o direito a um atendimento público, universal e de qualidade.

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