Seca atinge 96% dos municípios do RN em julho, aponta Monitor
Quase todos os municípios do Rio Grande do Norte, o equivalente a 96,4%, enfrentam algum nível de seca em julho. Os dados são do Monitor de Secas, divulgado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
O levantamento revela uma intensificação do fenômeno no estado. Entre junho e julho, a área total com seca aumentou de 87% para 93%. A área classificada com seca grave, a condição mais severa registrada atualmente no estado, passou de 25% para 33% do território potiguar. Este é o maior percentual de seca grave desde janeiro de 2022.
De acordo com o monitoramento, 36,54% das cidades potiguares enfrentaram seca grave. Outros 43,11% registraram seca moderada e 16,76% tiveram seca fraca. Apenas 3,59% dos municípios não apresentaram sinais de estiagem, e não houve registro de seca extrema ou excepcional.
No total, 61 municípios, incluindo Caicó, Pau dos Ferros, Parelhas e Jucurutu, foram classificados com seca grave. Na categoria de seca moderada, ficaram 72 cidades, como Mossoró, Macau, Assú, Santa Cruz e João Câmara. Além disso, outras cidades apresentam seca fraca.
O Monitor de Secas é uma ferramenta atualizada mensalmente que acompanha a evolução do fenômeno em todo o Brasil. Ele serve como base para a formulação de políticas públicas e para a criação de estratégias que visam mitigar os impactos da estiagem.
Plano de Ações de Convivência com a Seca
O Governo do Rio Grande do Norte deve concluir na próxima semana o Plano de Ações de Convivência com a Seca. A iniciativa inclui a possibilidade de decretar situação de emergência em municípios atingidos pela estiagem, o que desburocratiza processos e agiliza a implementação de medidas.
O agravamento da seca nas regiões do Seridó, Central e Oeste já levou 75 municípios a decretarem emergência. Atualmente, 70 dessas cidades são atendidas pela Operação Carro-Pipa, uma ação federal que garante o abastecimento de água à população.
O plano de ações do estado abrange medidas como a ampliação de subsídios para ração animal e a oferta de crédito bancário. Também estão previstas ações para garantir o abastecimento humano, a dessedentação animal e o apoio à agricultura.
Essas medidas se somam a investimentos estratégicos que o governo já realiza em infraestrutura hídrica. O estado tem programas de perfuração de poços, com meta de 500 unidades até 2026, e a construção de quase 500 cisternas. O governo também trabalha na recuperação de 28 barragens e na instalação de mais de 140 dessalinizadores.
Um dos maiores projetos em andamento é o Complexo Hidrossocial Oiticica, em Jucurutu. Com um investimento de R$ 893 milhões, o complexo inclui uma barragem com capacidade para 743 milhões de metros cúbicos de água, além de agrovilas e o reassentamento da comunidade Nova Barra de Santana.
Outros projetos estratégicos, como o Projeto Seridó, buscam levar água a 400 mil pessoas em 22 municípios até o final de 2025. As obras do Ramal do Apodi, do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), já estão 73,2% concluídas. A Adutora Apodi-Mossoró, com investimento de R$ 82 milhões, tem previsão de testes para o segundo semestre de 2025.
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